Título: Oposição quer tirar regime de urgência
Autor: Falcão, Márcio ; Monteiro, Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 03/09/2008, Política, p. A9

Brasília, 3 de Setembro de 2008 - As articulações do governo para envolver na criação do Fundo Soberano do Brasil (FSB) à descoberta da camada pré-sal na costa brasileira não foi suficiente para dar fôlego ao texto na Câmara. Após apontar questões políticas, os líderes da oposição colocaram em dúvida pontos técnicos do projeto e exigem a retirada pelo governo do regime de urgência da proposta enquanto modificações não forem apresentadas. Os governistas correm contra o tempo para tentar atender às reivindicações e garantir a votação do texto antes das eleições municipais. Para a oposição, o governo precisa ajustar a possibilidade de o fundo ser usado para financiar diretamente empresas brasileiras com atuação no exterior e a ausência de dispositivos regulando aspectos financeiros e administrativos, como a política de aplicação e as regras de prudência (para monitoramento dos riscos). Segundo o vice-líder do PSDB na Câmara, José Carlos Aleluia (BA) um dos pontos "perigosos" da proposta é a ausência de instrumentos reguladores que estabeleçam critérios para a movimentação dos recursos do fundo. No entendimento do PSDB, como a proposta não está amarrada, o governo poderá, por exemplo, captar dólar no mercado a 13%, investir no exterior a 5% e o BNDES e o banco emprestar ao cidadão a 9%. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 9)(Márcio Falcão e Viviane Monteiro)