Título: País já é o segundo parceiro do Brasil
Autor: Lavoratti, Liliana
Fonte: Gazeta Mercantil, 01/09/2008, Nacional, p. A6

1 de Setembro de 2008 - A corrente de comércio entre o Brasil e a China - de US$ 23,4 bilhões no ano passado, dez vezes acima do valor registrado em 2000, de US$ 2,3 bilhões -- poderia crescer em ritmo bem mais acelerado, observa o presidente da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico (CBCDE), Paul Liu. Isso, no entanto, depende de uma decisão firme das empresas brasileiras de buscar mais os mercados asiáticos . "O Brasil precisa descobrir a China, deixar de ver a concorrência com os chineses como uma ameaça e, sobretudo, aproveitar as inúmeras possibilidades abertas a cada dia", afirma. Ele relaciona pelo menos uma dezena de áreas com elevado potencial para novos negócios para empresas brasileiras - carnes, frutas e até vinhos, só para ficar em alguns itens. Nos últimos cinco anos, a China passou a ser o segundo parceiro comercial do Brasil, deixando a Argentina para trás. Para Liu, isso é um sinal de que o terreno é fértil e promissor, apesar dos problemas, como a demora em sair do papel um acordo firmado em 2004 para abrir o mercado chinês para a carne produzida aqui. As exportações, que no ano passado totalizaram US$ 10,7 bilhões, já equivalem à metade das destinadas aos Estados Unidos, o principal comprador dos produtos brasileiros no exterior, contra US$ 1 bilhão em 2000. As importações também cresceram - passaram de US$ 1,2 bilhão em 2000 para US$ 12,6 bilhões em 2007, invertendo o sinal da balança comercial, que deixou de ser positiva para o Brasil (em 2006 houve superávit de US$ 411 milhões) para um déficit de US$ 1,9 bilhão. O saldo negativo deverá se repetir neste ano, na casa de US$ 2 bilhões. Para Liu, a super-exposição da China durante as Olimpíadas servirá também para reduzir as barreiras culturais e resultará em maior interesse dos brasileiros, como do resto do mundo, em conhecer os mercados orientais. Assim como a Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001, foi definitiva para a China ingressar no mercado mundial, as Olimpíadas 2008 representaram um segundo marco na maior integração daquele país com o mundo globalizado, ressalta o presidente da CBCDE. L.L. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)(L.L.)