Título: Superávit fiscal acumulado até julho supera meta do ano
Autor: Monteiro, Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 28/08/2008, Nacional, p. A4

Brasília, 28 de Agosto de 2008 - O superávit primário do setor público consolidado, que abrange as contas do Governo Central, estados, municípios e suas respectivas empresas, acumulou R$ 98,225 bilhões até julho, o equivalente a 6,01% do Produto Interno Bruto (PIB) e já supera a meta de 4,3% do Produto estipulada para todo o ano de 2008. É a maior economia feita pelo governo para o pagamento do juro da dívida pública desde o início da série histórica da autoridade monetária, em 1991. O resultado primário em julho fechou com superávit de R$ 12,1 bilhões. Apesar deste desempenho, os juros da dívida pública em julho apresentaram o pior resultado para julho. A cifra atingiu R$ 18,7 bilhões, um aumento de 10,65% em relação a junho e de 33,5% sobre igual mês do ano passado. O resultado nominal ficou em R$ 6,6 bilhões, 13,7% acima do de junho e 8,1% maior que o mesmo mês de 2007. É o maior déficit desde julho de 2006 (R$ 7,84 bilhões). O resultado foi impulsionado pela arrecadação tributária em patamares recordes. A cifra ficou 23,5% acima dos R$ 79,550 bilhões apurados em igual período do ano passado, quando correspondeu a 5,5% do PIB. Apenas em julho, o resultado primário ficou superavitário em R$ 12,1 bilhões, cresceu 9,9% sobre o mês anterior e 53,1% sobre o mesmo mês de 2007 e alcançou o melhor resultado para todos os meses de julho, até agora. Mesmo assim, o esforço fiscal feito pelo governo no acumulado do ano foi insuficiente para o pagamento do juro da dívida no período. O custo do endividamento no acumulado do ano atingiu R$ 106,8 bilhões, ou 6,54% do PIB e é recorde histórico para o período. Ficou 14,9% acima do montante de R$ 92,9 bilhões registrado no acumulado de 2007 (6,42% do Produto Interno Bruto). Com isso, o déficit nominal ¿ a diferença financeira após o pagamento do juro da dívida pública ¿ atingiu R$ 8,578 bilhões no acumulado até julho, ou 0,53% do PIB. Caiu 36% na comparação com o mesmo período do ano passado, em 0,92% do PIB, ou em R$ 13,363 bilhões. E registrou o menor déficit para o período de sete meses desde julho de 1993, quando o montante somou R$ 1,547 bilhão. Segundo o chefe do departamento econômico do Banco Central, Altamir Lopes, o aumento do juro foi influenciado pela base de comparação, pela maior apropriação de encargos sobre as dívidas atreladas a índices de preços devido ao aumento da inflação, além da maior participação do IPCA no total de endividamento. Lopes argumentou ainda que todas as instâncias governamentais contribuíram para o resultado positivo das contas fiscais neste ano. Até julho, o Governo Central, composto pelo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, contribuiu positivamente com 4,19% do PIB. É o melhor resultado obtido até agora para o período. Resultado semelhante aconteceu com as contas dos governo regionais (estados e municípios) com 1,35% do Produto (R$ 22,063 bilhões). Considerando os estados, a contribuição foi de um superávit de 1,23% do PIB, enquanto os municípios tiveram a participação superavitária em 0,12% do Produto. Já as estatais apresentaram superávit de 0,47% do Produto Interno Bruto. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 4)(Viviane Monteiro)

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