Título: Governo reduz projeção de crescimento do PIB
Autor: Monteiro, Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 28/08/2008, Nacional, p. A5

Brasilia, 28 de Agosto de 2008 - O governo revisou para baixo a projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2009 em virtude do aperto monetário. O projeto de Lei Orçamentária (LDO) da União para 2009, entregue ontem ao Congresso pelo Ministério do Planejamento, prevê que a economia crescerá 4,5% no próximo ano, atingindo R$ 3,1 bilhões. No documento anunciado em 2008 a previsão para o PIB era de 5% tanto para 2008 como para 2009. No documento está previsto ainda que a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará em 4,5%, no centro da meta estipulado para o período. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, explicou que a revisão da projeção decorre das medidas adotadas pelo governo este ano para combater a inflação, tais como o aumento da taxa Selic e de restrição ao crédito, com a implementação do aumento da alíquota do Imposto sobre Operação Financeiras (IOF). "Achamos razoável supor que haverá alguma desaceleração da economia por conta das medidas contracionistas que nós adotamos, com aumento do juro e restrição ao crédito, para combater a inflação", avalia. Apesar de tais medidas, disse o ministro, a economia continua crescendo. "Mas acreditamos que no longo prazo as medidas tomadas pelo governo causarão algum efeito sobre a economia; é por isso que revisamos a projeção de crescimento para 4,5%", avisou, ao ressaltar que também se tratar de uma projeção "mais conservadora". O governo elevou o salário mínimo para R$ 464,72 bilhões para 2009, conforme consta na LDO. Isso representa aumento de R$ 49,72 ou 11,9% sobre os atuais R$ 415,00. O executivo manteve a meta para o superávit primário em 3,8% do PIB para o próximo ano. Neste caso, o governo fez um dispositivo (a ser autorizado pelo Congresso) em que estabelece um adicional de até 0,5% do PIB a ser destinado ao Fundo Soberano _ ainda em trâmite no Congresso. A preços correntes do PIB de 2009, a cifra representaria um esforço fiscal de R$ 15,6 bilhões, contra os R$ 14,2 bilhões previstos o ano. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Viviane Monteiro)