Título: Após três altas consecutivas, dólar encerra sessão em queda
Autor: Góes, Ana Cristina
Fonte: Gazeta Mercantil, 28/08/2008, Finanças, p. B2

São Paulo, 28 de Agosto de 2008 - O dólar comercial interrompeu a série de três sessões em alta e fechou em queda no pregão de ontem, impulsionado pelo otimismo do mercado norte-americano. A divisa encerrou com recuo de 0,73%, cotada a R$ 1,621 na venda. Em Wall Street, a divulgação de aumento de 1,3% nos pedidos de bens duráveis em julho, ante mesmo avanço registrado no mês anterior, surpreendeu os analistas que esperavam uma alta de apenas 0,1% para o período, o que puxou para cima as bolsas norte-americanas. O bom desempenho do indicador foi interpretado pelo mercado como um sinal de resistência da economia norte-americana. Nem mesmo a alta no preço do barril de petróleo, fator que tem arrastado para baixo os índices norte-americanos por trazer pressões inflacionárias, conseguiu impedir que as bolsas fechassem no azul. O preço do barril de petróleo WTI operou durante toda a sessão em alta e fechou o pregão de Nova York com ganhos de 1,6% para US$ 118,14. O anúncio de que os estoques do barril de petróleo caíram em 100 mil para 305,8 milhões na semana ditou a tendência de alta no mercado da commodity. O índice Dow Jones fechou em alta de 0,79%, a 11.502 pontos. O índice S&P 500 subiu 0,8%, para 1.281 pontos e o Nasdaq avançou 0,87%, a 2.382 pontos. O mercado norte-americano aguarda para hoje a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e os pedidos semanais de seguro-desemprego. No front interno, o anúncio de que o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou deflação de 0,32% em agosto superou todas as expectativas dos analistas e levou a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a fechar a sessão em território positivo. A Bolsa paulista encerrou o dia com acréscimo de 2,13%, nos 55.519 pontos. A valorização dos papéis da Petrobras, impulsionados pela alta no preço do barril de petróleo, contribuiu para a alta do índice. O mercado aguarda para hoje a divulgação da sondagem da indústria, elaborada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) do Banco Central (BC) e a pesquisa da indústria paulista da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). No mercado de juros futuros negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), os contratos DI encerraram o dia com estabilidade. O DI de janeiro de 2010, o mais líquido, apontou taxa anual de 14,70%, ante 14,69% do ajuste anterior. "No pregão do dia anterior o mercado já havia antecipado a deflação no IGP-M, então não teve motivos para os juros futuros caírem novamente", avalia o economista da corretora Gradual, André Perfeito. Para o economista-chefe da Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, o componente IPA do IGP-M, que mede a inflação no atacado, ainda preocupa. "As commodities que tiveram queda no preço foram soja, milho e outras, e não o petróleo", ressalta. O contrato de janeiro de 2012 fechou com taxa anual de 13,94%, contra 13,93% do último ajuste. O DI de outubro registrou taxa de 13,26%, ante 13,25% do último ajuste. O DI de janeiro de 2009 fechou com juro anual de 13,89%, contra 13,88% do ajuste anterior. (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Ana Cristina Góes)