Título: Minc defende fortalecimento da Petrobras
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Fonte: Gazeta Mercantil, 18/08/2008, Infra-estrutura, p. C10

Rio de Janeiro, 18 de Agosto de 2008 - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, saiu em defesa do fortalecimento da Petrobras na sexta-feira, em meio a um movimento contrário dentro do governo que pretende tirar da companhia os direitos sobre a exploração do pré-sal. Em evento de lançamento do Programa Ambiental da estatal, que destinará R$ 500 milhões até 2012 para apoiar projetos do setor, Minc disse que a Petrobras faz as descobertas e depois "todo mundo quer". "A Petrobras tem que ser fortalecida, não enfraquecida, qualquer medida para diminuir o escopo da Petrobras deve ser repensado, com cautela", afirmou o ministro antes de ganhar de Gabrielli um colete ecológico para sua coleção. A posição de Minc vai contra a de alguns membros do governo, como o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que defende a criação da empresa, e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já declarou que "o pré-sal não é da Petrobras". Lula criou uma comissão interministerial que tem até meados de setembro para apresentar propostas para exploração da área descoberta no ano passado e que pode conter bilhões de barris de óleo equivalente. Falando em seguida a Minc, Gabrielli destacou em discurso inflamado que antes de se discutir o que se fará com os recursos do petróleo "é preciso discutir como o petróleo será produzido". O executivo afirmou ainda que existe um limite para se tirar recursos da indústria do petróleo, porque é necessário manter o ritmo de investimentos para garantir a extração da commodity. Depois, em coletiva, Gabrielli afirmou que as declarações se referiam "à indústria de maneira geral" e não eram relacionadas às descobertas do pré-sal. "A Petrobras, no ano passado, por exemplo, investiu fortemente o valor adicionado dela no desenvolvimento, na criação de infra-estrutura de produção, nas plataformas, nos sistemas submersíveis, e o que restou para o acionista, seja ele governo ou privado, foi apenas 6%", disse o presidente da estatal. Segundo o executivo, 94% foram usados nos investimentos e no pagamento de impostos e participações governamentais. Na porta da companhia, sindicalistas aproveitavam o evento que reunia autoridades para mobilizar os passantes na defesa do petróleo nacional, retomando uma luta do final da década de 1940, quando foi confirmada a existência de petróleo no País e provocou a criação da Petrobras, em 1953. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 10)(Reuters)