Título: Petista ligado a Patrus na Funasa
Autor: Maciel, Alice
Fonte: Correio Braziliense, 29/04/2011, Polítca, p. 4

A presidente Dilma Rousseff (PT) não acatou a reivindicação do PMDB e nomeou para a Presidência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) Gilson Carvalho de Queiroz Filho, aliado do ex-ministro Patrus Ananias (PT) e nome referendado pelo PT de Minas Gerais. Para não intensificar a crise entre as legendas, a presidente deverá colocar na diretoria do órgão o superintendente da Funasa em Goiás, Ruy Gomide, ligado ao grupo do vice-presidente Michel Temer (PMDB). O acordo tende a acalmar os ânimos entre os partidos, já que o órgão foi um dos pivôs da crise entre PT e PMDB quando disputavam a indicação de cargos no segundo escalão.

A nomeação de Gilson Carvalho foi publicada ontem no Diário Oficial da União (DOU). Ele vai substituir Faustino Barbosa Lins Filho. O presidente do PT de Minas, Reginaldo Lopes, garante que não houve insatisfação dentro do partido por Gilson Carvalho ser da ala mineira ligada a Patrus. Ele afirmou que o nome foi apresentado para a presidente em janeiro, em uma lista de indicações dos petistas do estado.

Apesar de os cargos na fundação serem antigas cotas dos peemedebistas, Reginaldo Lopes disse que o PMDB aceitou ¿sem problemas¿ perder a Presidência. Ele não confirmou, entretanto, que o partido do vice-presidente vai ganhar outro cargo na Funasa, um dos órgãos que mais recebem verba do governo federal.

Gilson Carvalho, 55 anos, é engenheiro e atualmente comanda o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas (Crea-MG). Ele iniciou a carreira em 1980 como engenheiro de projetos de saneamento da Secretaria Estadual de Saúde do estado. No período entre 1994 e 1995, foi diretor de Obras da Superintendência de Desenvolvimento da Capital, em Belo Horizonte. E desde 2006 ocupa o cargo de presidente do Crea-MG.

Orçamento convidativo A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) é o cargo mais cobiçado da estrutura executiva do Ministério da Saúde. A entidade é responsável por promover ações de saneamento, formular e implementar ações de promoção e proteção à saúde. O principal atrativo do cargo, no entanto, é orçamentário. Só em investimentos, a Funasa controlará R$ 1,3 bilhão até o fim do ano. O órgão ainda tem 250 cargos de confiança para livre nomeação.