Título: Projeção para inflação tem novo recuo
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 26/08/2008, Nacional, p. A4

São Paulo, 26 de Agosto de 2008 - O mercado financeiro promoveu a quarta redução na estimativa para a inflação acumulada neste ano, segundo o Relatório de Mercado (Focus), pesquisa semanal com bancos e consultorias divulgada ontem pelo Banco Central (BC). O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar este ano com alta de 6,34%, ou 0,10 ponto percentual abaixo da projeção apresentada na semana passada. Já a estimativa para o indicador em 12 meses recuou de 5,31% para 5,25%, enquanto a expectativa para o IPCA em 2009 manteve-se em 5% pela sexta semana consecutiva. A previsão para a taxa básica de juro (Selic) ao final deste ano se manteve em 14,75% anuais, a mesma há duas semanas. Para 2009, a expectativa para a Selic permanece em 14% pela quarta semana seguida. Já a meta da Selic média continua em 12,78% para este ano, mas saltou de 14,15% para 14,20% no próximo ano. A previsão para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) foi reduzida de 10,86% para 10,38%. E a projeção para 12 meses caiu de 5,91% para 5,41%. Em 2009, o IGP-DI projetado vai alcançar 5,3% face à taxa de 5,32% prevista uma semana antes. A estimativa para o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) em 12 meses subiu de 5,55% para 5,6%. Mas em 2008 declinou de 10,96% para 10,73% e manteve-se em 5,5% no próximo ano. Para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe/USP), os analistas projetam inflação de 4,76% acumulada em 12 meses. Para 2008, a expectativa caiu para 6,44%. Em 2009, espera-se que o IPC-Fipe atinja 4,7%. A projeção para os preços administrados ¿ as tarifas públicas ¿ permanece em 3,80% neste ano e em 5,13% em 2009. PIB menor em 2009 Com a escalada da taxa Selic, a economia brasileira pode crescer menos no próximo ano, de acordo com as expectativas dos analistas consultados pelo BC. A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano permanece em 4,8% ¿ a mesma há dez semanas, mas caiu de 3,7% para 3,65% no ano que vem. A expectativa para a proporção da dívida do setor público sobre o PIB se manteve em 40,5% neste ano. Com referência a 2009, subiu de 39,25% para 39,47%. Já a expectativa de crescimento da produção industrial manteve-se em 5,5% neste ano, e segue em 4,23% para 2009. A previsão para o câmbio ao final deste ano avançou R$ 0,01, passando de R$ 1,61 para R$ 1,62 por dólar. Para 2009, a estimativa é que a moeda norte-americana alcance R$ 1,72 ¿ como na semana passada. Já a projeção para a taxa média do câmbio se manteve em R$ 1,65 neste ano e em R$ 1,68 no ano que vem. A estimativa para déficit em conta-corrente passou de US$ 25 bilhões para US$ 25,5 bilhões em 2008. Já para 2009, a expectativa de saldo negativo saltou de US$ 33,42 bilhões para US$ 34,80 bilhões. O Investimento Estrangeiro Direto (IED) retomou o patamar de US$ 34,5 bilhões, nível ainda abaixo da previsão anterior, que era de US$ 34,65 bilhões em 2008. Para 2009, a expectativa foi mantida em US$ 30 bilhões ¿ a mesma taxa há 15 semanas. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 4)(Vanessa Stecanella)