Título: Fundos captam mais de R$ 4 bi no ano
Autor: Feltrin, Luciano
Fonte: Gazeta Mercantil, 29/08/2008, Finanças, p. B1

São Paulo, 29 de Agosto de 2008 - A crise de crédito norte-americana, que provocou a retração de diversas modalidades de fundos de investimento, não afetou o ritmo de captação das carteiras de previdência privada, que arrecadaram R$ 4,1 bilhões ao longo do primeiro semestre do ano. Apenas no mês de julho, os fundos previdenciários somaram captação de R$ 396,8 milhões. Enquanto isso, o desempenho do mercado de fundos como um todo foi bem menos animador. No semestre, o conjunto do setor registrou resgate superior a R$ 20 bilhões. Os dados foram divulgados ontem pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), entidade que reúne 89 empresas do segmento. Durante a primeira metade do ano também cresceu a participação dos fundos previdenciários no patrimônio líquido total da indústria, de 8,2% para 8,6%. O mercado de planos de previdência privada encerrou o primeiro semestre com captação recorde de R$ 15,3 bilhões. O montante representa um crescimento de 23% em relação a igual período ano passado. O resultado foi puxado por produtos no formato Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), desenhados para clientes que não fazem a declaração de ajuste anual do Imposto de Renda (IR) pelo regime completo, que captaram R$ 11,4 bilhões, uma alta de 33% no período que abrange o acumulado dos meses de janeiro a junho deste ano. Já o volume de contribuições da carteira de Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), adequados para clientes que declaram IR no formulário completo, tiveram evolução bem mais modesta, de 8,2% no período entre janeiro e junho. A captação desses planos somou R$ 2,2 bilhões. No que diz respeito às modalidades, o mercado de vida e previdência tem sido bastante impulsionado por planos destinados a menores de dezoito anos. Essa carteira captou R$ 960 milhões nos primeiros seis meses do ano, o que representou um incremento de 39% na comparação com o mesmo período de 2007. "O cenário para produtos voltados a crianças e jovens é bastante positivo para o segundo semestre. Afinal, com a chegada do mês de outubro, em que se comemora o dia das crianças, há maior interesse das empresas pela divulgação de produtos e campanhas específicas", afirma o vice-presidente da Fenaprevi, Marco Antonio Rossi. "O movimento do mercado para a última metade do ano também é positivamente impactado pelo pagamento do 13 salário pelas empresas", continua Rossi. Novidades em microseguro Entre as principais iniciativas da Fenaprevi para o próximo ano está a elaboração de um projeto de regulamentação dos microseguros no Brasil. O documento deverá ser elaborado até o fim do ano e trará sugestões sobre o formato das operações. "O custo e a regulação do mercado tradicional inviabilizam a entrada nesse mercado. Somente um tratamento tributário diferenciado pode tornar esse mercado atrativo para operadores", detalha Rossi. De acordo com a Fenaprevi, o Brasil tem um mercado potencial de US$ 180 bilhões em microseguros, composto por aproximadamente 10 milhões de clientes. Em termos de comparação, a China seria menos atrativa pois, embora tenha um bilhão de clientes potenciais, a renda combinada é de US$ 120 bilhões. (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(Luciano Feltrin)