Título: Gasto público menor evita juro alto
Autor: Saito, Ana Carolina ; Cavalcanti, Simone
Fonte: Gazeta Mercantil, 11/09/2008, Nacional, p. A5

11 de Setembro de 2008 - A elevação da meta de superávit primário (economia para pagamento de juros da dívida) dos atuais 4,3% para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) teria o mesmo efeito de uma alta de 1,75 ponto percentual na Selic, diz Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores. "É preciso adotar uma política fiscal anticíclica de verdade. O governo já elevou a meta do primário de 3,8% para 4,3% do PIB, mas precisa elevar mais para evitar novas altas das Selic. Não é suficiente", afirma Borges. Os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforçam a tese de alguns economistas de que o governo está "enxugando gelo". De um lado, a política monetária eleva juros para conter a demanda, mas, no mesmo lado, os gastos do governo estimulam o consumo. Esse consumo cresceu 5,3% no segundo trimestre. No ano, a taxa é de 5,6% e em relação ao primeiro trimestre, de 0,3%. "Há um custo maior para o setor privado na política econômica, porque política fiscal e monetária andam em direções opostas", afirmou a economista Luciana Sá, da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). As eleições influenciaram os gastos do governo e, por conseqüência, o PIB. "A maior parte dos gastos de campanha fica concentrada no primeiro semestre. O consumo do governo vinha crescendo entre 2% e 4%. A atual elevação foi influenciada por estados e municípios." (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Ana Carolina Saito e Sabrina Lorenzi)