Título: Normas devem controlar os interesses no pré-sal
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 11/09/2008, Infra-estrutura, p. C5

Brasília, 11 de Setembro de 2008 - A definição de políticas de oferta e demanda da produção do petróleo descoberto na camada pré-sal vai evitar entrada excessiva de dólares no País e permitir novos investimentos em outras plataformas, bem como a criação de um pólo de máquinas e equipamentos e proporcionará aumento das exportações, sem aumentar excessivamente o peso do produto na balança comercial. A avaliação é do economista Antônio Barros de Castro, assessor da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), que apresentou ontem, em seminário do Ministério da Fazenda, simulações feitas por um grupo de trabalho da instituição. Ele enfatizou que o estudo não reflete uma posição oficial do BNDES e que se trata de um trabalho atualizado semanalmente. "Se baixarmos a velocidade, teremos condições de auto-financiamento, pois a velocidade afeta o financiamento. E a calibragem da oferta é fundamental", disse. Ele afirmou que a velocidade da oferta afeta, ainda, o financiamento de novas plataformas. Segundo Castro, em cinco anos de produção, passa-se a financiar outra plataforma. Segundo o estudo, sem políticas de oferta e demanda, o Brasil atingiria o pico da exportação líquida de petróleo de 3,5 milhões de barris por dia, em 2030, com redução para 3,2 milhões de barris por dia em 2035. Em 2045, o País voltaria a ser importador líquido de petróleo (menos 500 mil barris por dia). Com políticas ativas de oferta e demanda, esse cenário seria diferente. Em 2025, as exportações chegariam a 1,6 milhões de barris por dia, subiriam para 2,4 milhões em 2030 e cairiam para 2,2 milhões, em 2035, e 1,4 milhões, em 2045. As estimativas levam em conta a possibilidade de produção de 70 bilhões de barris provenientes do pré-sal. Para o economista, o óleo chegou ao País em um momento em que o não precisava dele para crescer. "O Brasil está em pleno processo de crescimento", disse. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 5)(Agência Brasil)