Título: Emprego formal cresce e reduz déficit em 20%
Autor: Monteiro, Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/08/2008, Nacional, p. A5

Brasília., 27 de Agosto de 2008 - O déficit da Previdência Social, medido até julho, caiu 20,1% em relação ao mesmo período do ano passado e agora é de R$ 20,827 bilhões, mantendo a trajetória de queda no acumulado do ano. O rombo passa a representar 0,80% do Produto Interno Bruto (PIB). O ministro José Pimentel, da Previdência, atribuiu o resultado ao aquecimento da atividade econômica que permite aumento de emprego com carteira assinada e eleva a arrecadação, e ao combate a fraudes e redução do auxílio doença pelo maior controle nas perícias médicas. A tendência, entretanto, é de que o déficit volte a subir em agosto com a antecipação do 13 salário, quando serão pagos R$ 7 bilhões em abono salarial, em quatro parcelas até dezembro. A primeira, de R$ 1,67 bilhão, será paga nos últimos cinco dias de agosto. O ministro acredita que o déficit da Previdência fechará 2008 no máximo em R$ 38 bilhões, ou 1,4% do PIB. "Com viés de baixa". Ele admitiu o erro nas previsões feitas no início do ano no Orçamento da União quando era de R$ 46 bilhões. Em 2007, o rombo representou 1,75% do PIB. A previsão dele é encerrar o ano com dois milhões de empregos criados. O resultado acontece quando o valor médio do benefício é de R$ 604,19, o maior da história. A arrecadação líquida atingiu R$ 88,5 bilhões, 10,2% a mais que em igual período do ano passado. E as despesas com benefícios totalizaram R$ 109,4 bilhões, 2,8% mais na mesma base de comparação. A queda do déficit foi influenciada pela desaceleração do déficit em julho, que recuou 24,4% em relação ao mês anterior e 37% na comparação com julho de 2007, e totalizou R$ 2,177 bilhões. Neste caso, disse o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, o rombo caiu em virtude do aumento de vagas com carteira assinada em junho, em 300 mil. Contribuiu para o resultado do mês o superávit apurado na Previdência Urbana, de R$ 461,3 milhões, que reverteu o déficit de R$ 771 milhões em igual mês de 2007. É a segunda vez no ano que as contas apresentam superávit. Antes do aumento do salário mínimo, a Previdência Urbana também havia ficado no azul. Já a Previdência Rural, que é 100% subsidiada, registrou déficit de 2,638 bilhões em julho, um pouco menor que os R$ 2,684 bilhões apurados em igual mês do ano passado. Em julho, as despesas com benefícios totalizaram R$ 15,4 bilhões, queda de 3,1% em relação ao mês anterior e recuo de 0,6% sobre julho de 2007. Já a arrecadação totalizou R$ 13,2 bilhões, 1,6% acima de junho e 9,39% maior que julho do ano passado. Diante do cenário positivo das contas da Previdência, o secretário Schwarzer avalia que a projeção de atingir déficit de 1,3% do PIB até 2011, conforme consta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deve acontecer mais cedo. Cauteloso, neste caso, Pimentel, preferiu aguardar o fechamento deste ano para comentar a projeção de 2011. Porém o ministro observa que o resultado de 2008 deve causar impacto nas contas de 2009, quando a meta prevista para o déficit na LDO é de R$ 43 bilhões, quando o reajuste do salário mínimo será de 5%. Neste caso, a projeção deve ser revista para baixo. "Dado o bom desempenho econômico deste ano certamente haverá impacto em 2009", disse. O ministro informou ainda que o governo pretende regularizar os empreendedores informais, como feirantes e cabeleireiros, para que passem a contribuir com a Previdência Social. O projeto de lei já foi aprovado este ano na Câmara dos Deputados. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Viviane Monteiro)