Título: Governo estuda reduzir gastos com pensões pagas a anistiados
Autor: Correia, Karla
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/08/2008, Política, p. A9

Brasília, 27 de Agosto de 2008 - Até dezembro, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça deve reavaliar e decidir o destino de cerca de cinco mil benefícios concedidos a trabalhadores anistiados que perderam seus empregos durante o período de exceção da ditadura militar. A idéia é adequar o valor das pensões aos critérios estipulados pela lei 10.559, de 2002 - que determina o cálculo das pensões com base na média dos vencimentos pagos à categoria trabalhista do anistiado, em vez de usar como referência os valores pagos no topo da carreira dessas categorias - e, dessa forma, reduzir os gastos do governo federal com pagamento de pensões a anistiados. Entra nessa leva que será revista pela comissão a indenização de R$ 4.509,68 paga mensalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incluído no bolo de metalúrgicos do ABC que perderam seus empregos nas montadoras paulistas por participar dos movimentos grevistas do início dos anos oitenta, que deram origem ao PT. Lula recebe o equivalente ao que teria em fim de carreira como salário de torneiro mecânico, sua última função nas Indústrias Villares, onde perdeu o emprego por ter participado do comando do movimento grevista. A alegação no processo do presidente é de "perseguição política". Segundo o assessor da Comissão de Anistia, Marcelo Torelly, a pedido do próprio presidente Lula, seu processo, de número 2003.02.24764, está parado no gabinete do ministro da Justiça, Tarso Genro, e deve se manter assim até que Lula deixe a Presidência da República, em 2011 para evitar acusações sobre influência política no eventual reajuste de sua pensão. Da mesma forma e pelo mesmo motivo está parado o processo que beneficia a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 9)(Karla Correia)