Título: Estrangeiras desembarcam no País
Autor: Rosa, Silvia
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/08/2008, Finanças, p. B1
27 de Agosto de 2008 - O crescimento da indústria de fundos no Brasil, aliado à adoção da estrutura de arquitetura aberta para a distribuição dos produtos e a abertura para aplicações em ativos no exterior têm atraído as assets estrangeiras. Luciane Ribeiro, da Comissão de Administração de Recursos de Terceiros da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), ressalta que com o investment grade houve maior interesse dos administradores de fundos estrangeiros para entrar na indústria local, seja por meio da abertura de unidades próprias de gestão ou pela compra de gestoras independentes, movimento que já vem ocorrendo nos últimos anos, com a compra, por exemplo, da Hedging-Griffo pelo Credit Suisse, e da Arx pela BNY Mellon. O banco de investimento Goldman Sachs também está estruturando uma asset management no Brasil, e já criou seu primeiro fundo de ações, com recursos próprios para testar as estratégias e ganhar corpo para abrir em seguida para os investidores. A estratégia faz parte da expansão do banco, que tem cerca de US$ 780,5 bilhões de ativos sob gestão, de expandir as operações em mercados emergentes com forte crescimento do mercado de capitais como China e Coréia do Sul. O banco Fortis, que integrou o consórcio que comprou o Banco ABN Amro, junto com Santander e o Royal Bank of Scotland (RBS), em outubro de 2007, também está criando uma gestora no País, a Fostis Gestão de Investimento, formada por parte da equipe de gestão do ABN Amro Real, tendo como diretor Gilberto Nagai. O Royal Bank of Canadá também está montando uma gestora de investimento no Brasil, mas ainda não tem nenhum fundo registrado. Hoje há no Brasil cerca de 190 gestores independentes, que não são ligados a bancos comerciais, e possuem em torno de R$ 60 bilhões sob gestão. "A indústria de fundos no Brasil ainda é muito concentrada, com os dez maiores administradores detendo 75,9% do patrimônio líquido da indústria, e com a entrada das assets estrangeiras deveremos ver maior consolidação", diz Luciane.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(S.R.)