Título: EUA e Europa definem juro básico e Copom divulga ata
Autor: Góes, Ana Cristina
Fonte: Gazeta Mercantil, 15/09/2008, Finanças, p. B3

São Paulo, 15 de Setembro de 2008 - O mercado financeiro inicia a semana na expectativa da definição da taxa básica de juros nas principais economias do mundo e do anúncio da ata do Comitê de Política Monetária (Copom). Amanhã, o Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, se reúne para definir o rumo da taxa básica de juros do país, atualmente em 2% ao ano. A deterioração do setor financeiro norte-americano eliminou as possibilidades de o Fed promover elevações no juro. A maioria dos analistas espera que a autoridade monetária mantenha o juro básico inalterado em 2% ao ano e uma minoria acredita que o Fed possa cortar a taxa. Destaque também para a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos Estados Unidos. Os números do indicador, que mede a inflação, dará pistas sobre os próximos passos da política monetária do Fed. No mesmo dia está agendada a reunião do Banco do Japão para definir a taxa básica de juros, atualmente em 0,5% ao ano. O mercado estima que o banco central mantenha inalterada a taxa, alegando que com a queda de 3% no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre e a alta taxa de inflação a autoridade monetária tenha pouco espaço para promover alterações na taxa. Na quinta-feira, o destaque fica por conta da divulgação da ata do Copom. O mercado aguarda detalhes da última elevação de 0,75 ponto percentual na taxa Selic. Na semana passada o Colegiado aumentou a taxa Selic em 0,75 ponto para 13,75% ao ano, em linha com a estimativa do mercado. No entanto, o placar de cinco votos a três aumenta as chances do Copom reduzir o ritmo do aperto monetário na próxima reunião. Na agenda do dia também está a reunião do Banco Central Europeu (BCE), que define o rumo da taxa básica de juros da zona do euro, atualmente em 4,25% ao ano. A expectativa é de manutenção. Na última sexta-feira, o dólar comercial interrompeu a série de nove altas consecutivas e encerrou a sessão em queda. A moeda norte americana fechou em baixa de 1,82%, cotada a R$ 1,782 na venda, abaixo do nível de R$ 1,80 registrado no dia anterior. "O dólar seguiu a tendência de queda em relação às outras moedas. Em relação ao euro, por exemplo, perdeu mais de 1%", avalia o gerente de câmbio do Banco Prosper, Jorge Knauer. O dólar comercial acumula ganhos de 3,67% na semana, 9,77% no mês e 1,28% no ano. "Também ocorreu uma correção técnica em relação ao exagero de alta nos últimos dias", lembra Knauer. Para o vice-presidente da tesouraria do Banco WestLB, Alexandre Ferreira, "a valorização do preço das commodities metálicas e agrícolas ajudaram a recuperação do real". No mercado de juros futuros negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), os contratos encerraram o último pregão da semana estáveis, na espera da divulgação da ata do Copom. O contrato DI de janeiro de 2010, o mais líquido, fechou com taxa anual de 14,64%, ante 14,65% do ajuste anterior. O DI de janeiro de 2012 apontou taxa anual de 14,14%, ante 14,15% do ajuste anterior. O DI de outubro registrou taxa de 13,61%, ante 13,60% do último ajuste. Novembro apontou taxa de 13,64%, ante 13,63% do fechamento anterior. Janeiro de 2009 fechou com taxa anual de 14,03%, contra 14,02% do último ajuste. No front externo, o preço do barril de petróleo reverteu a tendência de desvalorização e fechou com leve alta na última sexta-feira. O barril de petróleo WTI, negociado no pregão de Nova York, avançou 0,2% para US$ 101,08, após operar em baixa durante boa parte do dia e romper o patamar de US$ 100. No mercado doméstico, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou a sexta-feira passada com alta de 2,19%. O índice acumula ganhos de 0,87% na semana e perde 5,91% no mês. (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Ana Cristina Góes)