Título: Emprego formal cresce 79% em relação a agosto do ano passado
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Fonte: Gazeta Mercantil, 16/09/2008, Nacional, p. A6

Brasília, 16 de Setembro de 2008 - O mercado de trabalho brasileiro registrou em agosto a criação de 239.123 empregos formais, ou seja, com carteira assinada, segundo os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Esse é o melhor resultado para agosto desde o início da série histórica do Caged, em 1992, e representa crescimento de 0,78% em relação ao registrado em julho deste ano. De acordo com o ministério, houve expansão de 79% em comparação com os 133.239 empregos anotado em agosto do ano passado. Entre janeiro e agosto deste ano foram criados 1,804 milhão de empregos, um recorde para o período. O acumulado é 33% superior ao resultado verificado em idêntico período do ano passado, que se situou em 1,356 milhão de carteiras assinadas. O setor de serviços foi o que apresentou o melhor desempenho na geração de empregos formais no País entre janeiro e agosto deste ano. Do total de 1,804 milhão de postos de trabalho, o setor foi responsável por 585,3 mil, com destaque para serviços de comércio e administração de imóveis (202,7 mil) e serviços de alojamentos e alimentação (155,9 mil). Outro destaque no acumulado até agosto foi a indústria de transformação, que abriu 410 mil empregos. O resultado foi o segundo maior para o período, ficando atrás apenas de 2004, quando o Caged anotou 454,5 mil vagas. Em seguida vêm construção civil (268,1 mil), agricultura (267 mil) e comércio (211,6 mil). Administração pública, com 40,9 mil, e extrativismo mineral, com 11,4mil, foram os setores que apresentaram menor expansão do nível de emprego no período de janeiro a agosto. Interior perde primazia Pela primeira vez no ano, a geração de empregos formais nas regiões metropolitanas foi maior do que a registrada nos municípios do interior. De acordo com o levantamento, em agosto os empregos com carteira assinada no conjunto das nove áreas metropolitanas cresceram 0,77%, o que corresponde a 97,3 mil postos de trabalho. Nos municípios do interior foram abertas 77,2 mil vagas, um aumento de 0,67%. Segundo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o resultado está ligado a fatores sazonais, que tiveram impacto negativo na agricultura. "Estamos no período da entressafra e, por isso, a geração de postos de trabalho no campo foi menor. A tendência é que o setor (agrícola) apresente resultados ruins até janeiro, quando se dá início ao período da colheita", argumentou Lupi. O setor agrícola teve em agosto desempenho negativo na geração de empregos formais, com a redução de 4.995 postos de trabalho com carteira assinada. As principais atividades que contribuíram para o recuo foram o cultivo de café (11,5 mil empregos a menos), de fumo (menos 6.085) e a produção de cana-de-açúcar (-1.265). A região Sudeste foi responsável pela maior parte dos empregos criados nos primeiros oito meses do ano. Entre janeiro e agosto, foram gerados na região 1,152 milhão de postos, o que representa crescimento de 7,14% em relação ao mesmo período do ano passado, um desempenho recorde para o período. São Paulo criou 725,4 mil vagas, seguido por Minas Gerais (270,1mil), Rio de Janeiro (119,7 mil) e Espírito Santo (36,5 mil). A região Sul foi a segunda com melhor desempenho na criação de empregos formais no acumulado até agosto. Paraná (137,5 mil), Rio Grande do Sul (90,8 mil) e Santa Catarina (76,5 mil) foram responsáveis pela geração de 304,8 mil novos empregos. No ranking de regiões, aparecem em seguida Centro-Oeste (168,3 mil), Nordeste (122,1 mil) e Norte (56,8 mil).Alagoas foi o único estado com resultado negativo, com 36.256 vagas a menos. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)(Agência Brasil)