Título: Petrobras lista 234 encomendas só para desenvolver pré-sal
Autor: Americano, Ana Cecília
Fonte: Gazeta Mercantil, 16/09/2008, Empresas, p. C1

16 de Setembro de 2008 - As reservas do pré-sal começam a produzir números gigantescos que vão além do tamanho das jazidas da nova fronteira petrolífera. Para desenvolver a nova fronteira, a Petrobras listou 234 encomendas de grande porte - entre plataformas, navios, sondas e outras unidades de produção - e 112,6 mil novos trabalhadores para dar conta dos desafios da nova província em toda a cadeia produtiva. A companhia também vai Precisar de quatro mil "árvores de natal", como são chamadas as estruturas de aço submersas usadas na extração de petróleo em alto mar, além de mais 441 turbinas. "Somente as turbinas já justificariam, por exemplo, a construção de uma fábrica no País", disse o diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa. Para dar conta de tamanho esforço, o Brasil já estuda medidas para estimular a produção local de equipamentos. Entre elas, desonerar a fabricação de sondas no Brasil. Barbassa revelou ainda que, a partir deste ano, a Petrobras vai contratar 70 grandes navios, 146 construídos no dique-seco do Estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul e a licitação para o projeto também está prevista para o mês que vem. Terão, ainda, capacidade para 5 milhões de metros cúbicos de gás natural e serão instaladas em 2015 e 2016. Serão fabricadas em série, o que tem o objetivo de baratear os custos. "Deveremos chegar a uma produção de 4,1 milhões de barris dia até 2015", comentou Barbassa. O ritmo do aumento da produção está forte. Gabrielli: novas tecnologias As dez plataformas que a Petrobras vai começar a contratar em outubro são apenas o começo. O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, afirmou que a empresa estuda novas tecnologias de exploração e produção nas áreas do pré-sal. "Precisamos começar a produzir primeiro para depois verificar qual a melhor alternativa", disse. As unidades encomendadas poderão ser substituídas por novos sistemas produtivos, mas novas tecnologias demandarão tempo. Gabrielli afirmou que cada sistema de produção, com plataforma, dutos, navio, sistemas de escoa- Cada unidade produtiva poderá custar de US$ 1 bilhão a US$ 1,5 bilhão, de acordo com estimativas mento e outros equipamentos, custa US$ 7 bilhões. Plano de investimentos Barbassa lembrou durante a palestra "Parceria estratégica entre Brasil e Noruega com foco nos desenvolvimentos do pré sal e no projeto Tupi" que as descobertas do pré-sal multiplicarão o plano de investimentos da Petrobras, que será anunciado no próximo mês. O último planejamento, divulgado no ano passado, já contava com US$ 112 bilhões - tudo isso sem o pré-sal. Por enquanto, a Petrobras apresentou estimativas de até 12 bilhões de barris, com os campos de Tupi e Iara. Gazeta (Mercantil/Empresas & Negócios - Pág. C1) - ANA CECÍLIA AMERICANO, SABRINA LORENZI E JÚLIA MOURA