Título: Tribunal concede liberdade a delegado Romero Menezes
Autor: Quadros, Vasconcelo
Fonte: Gazeta Mercantil, 18/09/2008, Direito Corporativo, p. A10

18 de Setembro de 2008 - O ex-diretor-executivo da Polícia Federal (PF) Romero Menezes foi solto na madrugada de ontem, após decisão do Tribunal Federal (TRF) da Primeira Região. Segundo a Polícia Federal, Menezes havia sido detido na terça-feira acusado de praticar advocacia administrativa privilegiada para favorecer o irmão, gerente de uma empresa que presta serviços para a mineradora MMX, do empresário Eike Batista. A mineradora é alvo da operação Toque de Midas, também da Polícia Federal, que investiga possível fraude na licitação para a concessão de uma ferrovia no Amapá. Procurado, na terça-feira, o grupo do empresário Eike Batista informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que aguardava comunicado oficial para se posicionar. Romero Menezes estava preso na superintendência da PF em Brasília. O irmão do ex-diretor-executivo, José Gomes de Menezes Júnior, e o diretor da MMX Renato Camargo dos Santos, também detidos na terça, continuam presos. Vazamento O Ministério Público também suspeita que Menezes tenha vazado informações sobre a operação Toque de Midas que, por conta do vazamento, teve de ser antecipada. A ação da PF foi deflagrada em julho com o cumprimento de mandatos de busca e apreensão na casa e em escritórios de Eike Batista. A prisão do ex-diretor foi considerada desnecessária pelo diretor do Departamento de Combate ao Crime Organizado da PF, delegado Roberto Troncon Filho, e havia sido determinada por temores de que Romero Menezes interferisse na coleta de provas e atrapalhasse as investigações. Troncon assume provisoriamente as funções exercidas por Menezes. Histórico A Polícia Federal mergulhou em uma crise desde a Operação Satiagraha. A prisão do seu segundo homem na hierarquia, o delegado Romero Menezes, agravou a situação da PF. A prisão temporária de Menezes foi pedida pelo procurador da República Douglas Santos de Araújo e decretada no final da tarde de terça-feira pelo juiz federal Ancelmo Gonçalves, da Primeira Vara Federal de Macapá. O ministro Tarso Genro, em reunião de coordenação política com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que o episódio representava um "grande constrangimento", mas que o inquérito irá esclarecer o caso. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 10)(Vasconcelo Quadros e Agência Reuters)