Título: Marta segue na frente; Kassab e Alckmin mantêm empate
Autor: Ribeiro, Fernando Taquari
Fonte: Gazeta Mercantil, 19/09/2008, Política, p. A8
São Paulo, 19 de Setembro de 2008 - A candidata do PT, Marta Suplicy, continua na frente na disputa pela prefeitura de São Paulo. Segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem, a petista manteve o mesmo percentual do levantamento anterior, com 37% das intenções de voto. Enquanto isso, o prefeito paulistano, Gilberto Kassab (DEM), e o tucano Geraldo Alckmin (PSDB) aparecem empatados em segundo lugar, com 22% das preferências para cada um. Em quarto lugar está o ex-prefeito e deputado Paulo Maluf (PP), que oscilou de 8% para 7%. A candidata do PPS, vereadora Soninha Francine, também caiu um ponto percentual e agora tem 3% das intenções de voto. Ivan Valente (PSOL) somou 1%. Os brancos e nulos totalizam 4% e os indecisos 4%. A margem de erro do levantamento é dois pontos percentuais para mais ou para menos. Num eventual segundo turno entre Marta e Kassab, a pesquisa apresenta empate técnico. A petista tem 46% das preferências, contra 45% do prefeito. Na simulação entre Marta e Alckmin, os dois aparecem rigorosamente empatados, com 47% das intenções de voto. Já se a disputa for entre o tucano e Kassab, o ex-governador vence com 47% das preferências, enquanto o prefeito soma 40%. Kassab elogia Lula Ontem, antes de saber o resultado das pesquisas, o prefeito paulistano, Gilberto Kassab (DEM), candidato à reeleição, demonstrou que, assim como a adversária Marta Suplicy (PT), também pretende explorar a alta popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - 64% segundo pesquisa do Datafolha. Além de tecer alguns elogios ao presidente, o democrata fez questão de destacar ontem a boa relação que a prefeitura de São Paulo tem, atualmente, com o governo federal. Com isso, Kassab rebate as declarações de Marta, que diz ter o presidente Lula "todinho" para ela, garantindo assim um grande trunfo junto ao eleitor. "O diálogo com o presidente é muito bom. Discordo da candidata quando diz que o governo federal vai investir mais com ela à frente da prefeitura. Em suas ações em relação à cidade de São Paulo, Lula tem acertado e eu tenho dito isso publicamente", afirmou o prefeito durante sabatina realizada pelo jornal Folha de S.Paulo. Kassab ainda discordou do presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), que disse ser necessário combater "o deus da popularidade", numa referência direta à Lula. "Qualquer que seja o partido do presidente da República, tem momentos em que você pode convergir, deve trabalhar em conjunto. Na democracia, há momentos em que partidos antagônicos caminham juntos. Não existem só divergências entre partidos, há convergências", argumentou. Apesar dos afagos ao presidente, o democrata voltou a ressaltar a parceria com o governador paulista, José Serra (PSDB), e defendeu a candidatura do tucano à Presidência da República nas eleições de 2010. Segundo ele, Serra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e Lula são os "maiores políticos vivos". "Coloco os três no mesmo patamar". Mudança de postura Numa mudança de postura em relação aos dias anteriores, quando evitou comentar os ataques do adversário Geraldo Alckmin (PSDB), Kassab rebateu as críticas da campanha tucana por ter sido secretário municipal do Planejamento na gestão de Celso Pitta (1996-2000). Ele lembrou que o ex-prefeito, hoje filiado ao PTB, faz parte hoje da coligação que apóia Alckmin. Além disso, fez um mea culpa por ter participado do governo Pitta, considerado como um dos piores da história - 83% dos paulistanos avaliavam a sua gestão ruim ou péssima no fim de 2000. "Não tenho constrangimento em dizer que dei meu voto e errei. Foram distorções que aconteceram ao longo do seu mandato que fizeram com que eu me afastasse", tentou se justificar. As alfinetadas não ficaram restritas apenas ao candidato do PSDB. O prefeito acusou Marta de não cumprir promessas de campanha durante as eleições 2000. "Ela prometeu investir em metrô, não investiu. Que ia acabar com as escolas de lata, não acabou. Que ia acabar com a falta de vagas nas creches, não fez". Por fim, retribuiu os elogios do candidato Paulo Maluf (PP) ao reiterar que o deputado federal foi um bom prefeito (1992-1996) e por isso fez o seu sucessor (Celso Pitta). Anteontem, Maluf enalteceu a fidelidade de Kassab ao governador tucano e sinalizou que pode apoiá-lo no segundo turno. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 8)(Fernando Taquari Ribeiro)