Título: Proteção do patrimônio contra a crise
Autor: Rosa, Silvia
Fonte: Gazeta Mercantil, 19/09/2008, Finanças, p. B1
São Paulo, 19 de Setembro de 2008 - Com o aumento da volatilidade no mercado acionário, os fundos de investimento de capital protegido podem ser uma opção de proteção para as aplicações em bolsa, ao garantir no mínimo o retorno do valor investido. Com patrimônio de R$ 2,94 bilhão, acumulado até 11 de setembro deste ano, os fundos de capital protegido acumulam queda de 0,53% no período, enquanto o Ibovespa apresenta queda de 24,20% no ano, até ontem. Esses fundos têm apresentado crescimento, acumulando no ano captação líquida de R$ 1,504 bilhão. O produto é voltado para investidores que buscam retorno diferenciado dos investimentos tradicionais de renda fixa, mas não se sentem confortáveis com as oscilações do mercado de ações. "È uma forma dos investidores participarem dos retornos do mercado acionário, sem correr o risco de perder o patrimônio investido", afirma Valéria Fontes, gerente de produtos da HSBC Global Asset Management. Além disso, por serem constituídos como fundos de condomínio fechado não têm tributação semestral do imposto de renda, o chamado "come-cotas", que só será pago no encerramento do fundo, cuja alíquota dependerá do prazo da operação, que normalmente é de 12 a 15meses. Em geral esses produtos são fundos multimercado montados por meio de operações estruturadas, que compreende a atuação no mercado de derivativos tendo como lastro a aplicação em títulos públicos. No caso do fundo HSBC FI Multimercado Smart 6, cerca de 90% do capital é aplicado na compra de títulos públicos prefixados e o restante no mercado de derivativos na compra de opções do Ibovespa. "Com a aplicação em renda fixa garantimos o retorno do capital no final do período do fundo, e o ganho adicional, em caso de cenário positivo para a bolsa, é dado pelas operações em derivativos", diz Valéria. O fundo do HSBC trabalha com três cenários possíveis. No caso de desempenho positivo da bolsa, se o fundo bater a barreira de alta, no caso de 80.143 pontos para o Ibovespa, em qualquer momento de sua duração, o investidor ganhará uma rentabilidade prefixada de 25,10% no final do período. Caso a bolsa subir mas não atingir a barreira o investidor ganhará apenas a variação do Ibovespa. Já no caso de queda da bolsa, o investidor tem a garantia do retorno do seu capital investido. Com a forte alta da bolsa nos últimos dois anos, todos os fundos do banco lançados entre 2006 e 2007 bateram sua barreira de alta oferecendo um retorno prefixado para seus investidores, que no caso do fundo HSBC FI Multimercado Smart foi de 22%, no Smart 2 de 20,50% e no Smart 3 de 22,50%, retorno acima da média dos fundos multimercados. O Banco Itaú também já lançou seis fundos de capital garantido, sendo que quatro foram renovados, distribuídos no segmento de varejo alta renda, Itaú Personalité, porém somente para investidores qualificados, ou seja que têm pelo menos R$ 300 mil em aplicações financeiras. Todos o fundos do Itaú, lançado entre 2006 e 2007, bateram a barreira de alta fixada. O superintendente de investimento do banco, Fábio Garcia, destaca que a captação desses fundos têm aumentado e que são procurados principalmente por investidores com perfil mais conservador, que buscam diversificação dos seus investimentos, mas têm receio de perder seu capital e não costumam assumir grandes posições de risco. A taxa média de administração dos fundos varia de 1,5% a 1,7% e a aplicação mínima é de R$ 5 mil. Porém, com o novo o aumento de volatilidade no mercado acionário, o cenário para os fundos de capital protegido deve ser diferente do apresentado nos anos anteriores. Garcia afirma que o banco também oferece para os clientes do Itaú Personalité produtos de Tesouraria como o Bolsa Mais, que trabalham com operações estruturadas que possibilitam, no caso de cenário de queda da bolsa, o retorno do capital mais uma remuneração de cerca de 50% do CDI. "São produtos fechados, que permitem o resgate apenas no encerramento das operações, que têm aplicação mínima de R$ 15 mil, e estamos estudando oferecê-los também para o varejo", diz. (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(Silvia Rosa)