Título: Petrobras terá plataforma 100% nacional
Autor: Cigana, Caio
Fonte: Gazeta Mercantil, 19/09/2008, Infra-Estrutura, p. C4

Porto Alegre, 19 de Setembro de 2008 - A Petrobras batizou ontem, em cerimônia realizada em Rio Grande (RS), a P-53, que nos próximos dias deve ser rebocada para Marlin Leste, na Bacia de Campos, e confirmou a assinatura do principal contrato para a construção da P-55, que também será finalizada em Rio Grande. O trabalho de integração do casco com os módulos será realizado pelo consórcio formado pelas empresas Queiroz Galvão, IESA e UTC Engenharia, projeto orçado em US$ 845 milhões. Ao contrário da P-53, que teve a conversão do casco em Cingapura, a P-55 terá todas as partes construídas no Brasil. Com isso, será a primeira plataforma 100% nacional. Além da integração, quatro módulos serão feitos em Rio Grande. A construção do casco está sendo realizada no Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco. O valor total da P-55 é de US$ 1,65 bilhão. "Vamos tirar uma plataforma e encostar outra", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia de batismo da P-53, que tem capacidade para produzir 180 mil barris de petróleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás por dia e que demandou um investimento US$ 1,3 bilhão. Lembrando a discussão da época da campanha eleitoral relativa à capacidade do Brasil de fabricar plataformas, Lula afirmou que a P-53 superou o percentual exigido de 65% de conteúdo nacional, atingindo 72%. A plataforma será a primeira do campo de Marlin Leste e trabalhará em uma lamina d¿água de 1.080 metros, a 120 quilômetros da costa. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, lembrou que a discussão sobre a retomada da indústria naval brasileira era anterior às descobertas das grandes reservas da camada pré-sal. "Agora a demanda da Petrobras vai ser de quatro a cinco vezes maior", ressaltou Dilma. O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, admitiu que a empresa poderia ter economizado "alguns milhões de dólares" se encomendasse a P-53 no exterior, mas o governo preferiu apostar nos resultados a longo prazo que a nova escala da estatal vai demandar com o pré-sal e com o surgimento de uma cadeia ligada ao setor naval. Neste mesmo sentido se insere o dique-seco do Estaleiro Rio Grande, também em Rio Grande, que, conforme anunciou a Petrobras esta semana, irá fabricar oito cascos das 10 primeiras plataformas da Petrobras que irão desenvolver o pré-sal. Conforme estimativas da Petrobras, que alugou o dique-seco por 10 anos, os cascos terão de ser produzidos antes de 2016, prazo estipulado pela Petrobras para ter todas as 10 primeiras plataformas operando nas áreas do pré-sal. A P-55 deve ter o trabalho de integração dos módulos iniciado no segundo semestre do ano que vem e começar a produção em 2011 no campo de Roncador, também na Bacia de Campos. A plataforma, do tipo semi-submersível, irá operar a uma profundidade de 1.795 metros e será conectada a 11 poços produtores de óleo e gás. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 4)(Caio Cigana)