Título: Regularização pode começar por assentamentos do Incra
Autor: Quadros, Vasconcelos
Fonte: Gazeta Mercantil, 22/09/2008, Nacional, p. A7

Brasília, 22 de Setembro de 2008 - O ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, quer convencer o presidente Lula de que a regularização fundiária envolvendo praticamente toda a superfície dos nove estados da Amazônia Legal é condição indispensável para a implantação do Plano Amazônia Sustentável (PAS), nem que para isso tenha de sacudir as estruturas do próprio governo. Depois de longas reuniões com os governadores, ministros, dirigentes dos institutos estaduais de terra e duas propostas deixadas de lado, Unger agora quer criar uma autarquia federal que coordene o processo de regularização fundiária. "Será um Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia) fundiário", anunciou o ministro. Em nome do consenso surgido durante as reuniões com os governadores, ele abriu mão de suas duas sugestões iniciais ¿ um instituto ou uma agência ¿ para se fixar num modelo enxuto e eficaz que, sob sua coordenação e com a chancela do governo federal, possa organizar as soluções para o caos fundiário que envolve mais de 96% da superfície da Amazônia Legal, ou 61% do território do País. A proposta tira um naco das atribuições do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) executadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A análise do ministro demonstra que a política de regularização fundiária do Incra para a região é, no mínimo, tímida diante das demandas fundiárias. Mas Unger desta vez não quer polemizar ¿ "Não vamos avançar nada se quisermos distribuir boletins, reprovar alguns e dar notas medíocres a outros" ¿ e, sem perder de vista que sua preocupação é com o macro, até sugere uma tarefa secundária ao Incra na nova ordem.(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 7)(Vasconcelos Quadros)