Título: Potencial lucrativo
Autor: Ribas, Sílvio
Fonte: Correio Braziliense, 01/05/2011, Economia, p. 15

Para incentivar a consolidação interna e o acesso a mercados externos, o Ministério do Desenvolvimento aposta na coordenação de ações, hoje dispersas em diferentes órgãos municipais e estaduais e apoiadas por entidades civis e empresas. ¿A produção artesanal do Brasil ainda é muito associada à inclusão social e à preservação ambiental. Para se desenvolver, terá de ser vista também como ramo de grande potencial lucrativo¿, afirma Sérgio Nunes, diretor do Departamento de Micro e Pequenas Empresas.

O ministério já criou uma nomeclatura específica para o artesanato na balança comercial, mas depende da aprovação do Mercosul, no âmbito da Tarifa Externa Comum (TEC), para adotá-la. O tema deverá ser tratado nas próximas reuniões do bloco sob o argumento de que barro, bambu, retalhos, papéis e fibras são materiais abundantes que se transformam em obras de arte. Eles movimentam uma das ¿indústrias¿ que mais crescem no país, com destaques já conhecidos, como esculturas de cristais e bolsas de capim dourado.

Exposições Criado em 2004, o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) atua em todo o território nacional em parceria com coordenações de todas as 27 unidades da Federação, responsáveis pela implementação das iniciativas. Parceiros em nível estadual e municipal atuam diretamente com os artesãos, visando aperfeiçoar técnicas. A Agência de Promoção de Exportações (Apex) também vem abrindo negócios em exposições no exterior, como Colômbia e Espanha.

Segundo Nunes, a formação de artesãos segue a metodologia de selecionar e preparar profissionais, preferencialmente designers, para socializar técnicas em comunidades e supervisionar os trabalhos. ¿A qualidade ainda precisa de padrões para atingir escalas desejadas¿, diz, lembrando que muitas feiras de artesanato no país são dominadas por produtos grosseiros ou parcialmente industrializados. (SR)