Título: Pacote de ajuda aos bancos concentra atenções na semana
Autor: Góes, Ana Cristina
Fonte: Gazeta Mercantil, 22/09/2008, Finanças, p. B2
São Paulo, 22 de Setembro de 2008 - O mercado inicia a semana na expectativa de mais detalhes sobre o pacote do governo norte-americano para por fim à crise do sistema financeiro internacional. Cogita-se a criação de uma agência governamental que compraria os ativos podres dos bancos atingidos pela crise do subprime. O montante da dívida que será assumida pelo governo norte-americano é estimado em mais de US$ 1,3 trilhão. A semana começa com a divulgação dos números da balança comercial brasileira referentes à segunda semana de setembro. Amanhã, o Banco Central divulga a Nota sobre o Setor Externo e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) anuncia a sondagem do consumidor e o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S). Na quarta-feira, o BC revela a Nota sobre o Mercado Aberto e o Seade/Dieese divulga a pesquisa de emprego. Nos Estados Unidos, o destaque fica por conta do relatório semanal de estoques de petróleo e das vendas de casas usadas. Quinta-feira é dia da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) e no mesmo dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela sua pesquisa de emprego referente ao mês de agosto. Nos Estados Unidos, destaque vai para as encomendas de bens duráveis de agosto e a venda de casas novas. Na sexta-feira, os números finais do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre concentram as atenções nos Estados Unidos. O mercado também monitora os números revisados do índice de confiança do consumidor de Michigan em setembro. O último pregão da semana foi marcado pela euforia dos mercados com o anúncio do pacote de ajuda do governo norte-americano para o sistema financeiro. O anúncio disparou a alta nas bolsas do mundo todo. No Brasil, o dólar teve forte queda e os contratos de juros futuros recuaram. Em Wall Street, as bolsas encerraram com alta superior a 3%. O índice Dow Jones terminou o dia com valorização de 3,35%, com 11.388 pontos e o Nasdaq ganhou 3,4%, com 2.273 pontos. No mercado de petróleo, a commodity reverteu a tendência de baixa e terminou o dia com valorização. O preço do barril de petróleo WTI, negociado em Nova York, encerrou a sexta-feira com forte alta , 6,6% para US$ 104,33, voltando a ultrapassar o patamar psicológico dos US$ 100. No mercado de câmbio, o dólar comercial encerrou o último pregão da semana em forte queda de 4,79%, cotado a R$ 1,83. O anúncio do pacote do governo norte-americano disparou o movimento de venda da moeda. Os leilões de venda de dólares com compromisso de recompra, realizados pela primeira vez desde fevereiro de 2003, ajudaram a restaurar a liquidez. Foram feitos dois leilões. No primeiro, entre 11h30 e 12h, o BC vendeu US$ 200 milhões de uma oferta total de US$ 500 milhões, com compromisso de recompra em 30 dias corridos. No segundo, entre 15h e 15h30, foram vendidos os US$ 300 milhões. "Embora não tenha mirado, o BC acertou em duas coisas com um tiro só. Acabou com a especulação que estava puxando a alta da moeda e trouxe a formação do preço novamente para o mercado físico", disse o diretor da corretora de câmbio NGO, Sidnei Nehme. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o DI de janeiro de 2010, o mais líquido, fechou com taxa anual de 14,84%, ante 15,30% do ajuste anterior. (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Ana Cristina Góes)