Título: Itaú lucra R$ 3,5 bi no trimestre
Autor: Batista, Vera
Fonte: Correio Braziliense, 04/05/2011, Economia, p. 10

O Itaú Unibanco apresentou lucro líquido de R$ 3,5 bilhões no primeiro trimestre de 2011, uma alta de 9,1% em relação aos três primeiros meses do ano passado. O patrimônio líquido do banco, de R$ 63,7 bilhões, avançou 20,3%, quando comparado aos R$ 53 bilhões do mesmo período de 2010. Na avaliação da instituição ¿ a primeira do ranking ¿, o bom desempenho acompanha o crescimento da economia.

Os responsáveis pelo resultado positivo foram os empréstimos para pessoas físicas (elevação de 18,6%, para R$ 128,7 bilhões) e empresas (expansão de 24,2%, para R$ 201,5 bilhões). Destacaram-se as modalidades de crédito por cartão, pessoal, imobiliária e o segmento de micro, pequenas e médias companhias. ¿A carteira de crédito do Itaú Unibanco acompanha o desempenho da economia brasileira. Seguiremos crescendo em ritmo seguro e estável, com destaque para o crédito imobiliário¿, afirmou Rogério Calderón, diretor Corporativo de Controle e Relações com Investidores.

O executivo disse que, apesar das medidas do governo para desacelerar a atividade econômica, os empréstimos do Itaú não se alteraram. Foram mantidos na faixa de 16% a 20% dos ativos do banco.

Provisões Com o lucro líquido até março, o Itaú Unibanco reforçou o primeiro lugar entre as instituições financeiras brasileiras de capital aberto para um primeiro trimestre, diz a Consultoria Economática. Além de superar seu próprio recorde, de 2010, o banco ultrapassou o Bradesco ¿ que obteve resultado de R$ 2,7 bilhões no período. Contudo, os bons resultados do Itaú foram ofuscados pela perspectiva de aumento da inadimplência. Os atrasos nos pagamentos de 30 e 60 dias obrigaram o banco a aumentar a despesa com provisões para perdas de R$ 3,81 bilhões para R$ 4,38 bilhões.

Para o analista econômico José Goes, da WinTrade, especialistas esperavam resultado melhor para o Itaú, com maior expansão na carteira de crédito. ¿O mercado não gostou da perspectiva de alta no nível de inadimplência e do consequente aumento da provisão para devedores duvidosos¿, ressaltou. Foi por isso, segundo Goes, que as ações preferenciais (com direito a voto) do banco encerraram o dia em significativa queda de 3,29%, nos R$ 33,30.

BOVESPA DERRETE 1,75% A aversão ao risco, que vinha acentuando a fuga dos investidores estrangeiros da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) desde o início do ano, aumentou com as perspectivas de retaliação pela morte do terrorista Osama bin Laden e pela falta de uma política interna decisiva para conter a escalada inflação e dos juros. Em meio a esse tiroteio, o Ibovespa, índice que mede a lucratividade das principais ações brasileiras, encerrou o pregão de ontem com queda de 1,75%, aos 64.318 pontos ¿ a menor pontuação desde 9 de fevereiro. ¿Mais que o cenário externo, interferiu também, de forma negativa, o desastroso discurso do Mantega (ministro da Fazenda) defendendo ingerência política na Vale¿, ressaltou Jankiel Santos, economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank. Em movimento contrário, o dólar subiu 0,82%, fechando o dia a R$ 1,589, após duas intervenções do Banco Central no mercado. Analistas avaliaram a alta como uma ¿correção técnica¿ que não deve se sustentar.