Título: Histórico combativo
Autor: Rothenburg, Denise ; Iunes, Ivan
Fonte: Correio Braziliense, 30/04/2011, Política, p. 2

A posse de Rui Falcão faz a legenda retomar uma tradição: o comando paulista. Deputado estadual ligado à senadora Marta Suplicy (PT-SP) e ao deputado cassado José Dirceu, Falcão é o oitavo nome a presidir o PT desde a fundação, em 1983. À exceção do antecessor, José Eduardo Dutra, com base em Sergipe, e do atual governador gaúcho, Tarso Genro, todos os outros tinham raízes paulistas. Até então vice-presidente petista, Falcão comandará o partido pela segunda vez ¿ a outra foi em 1994.

Companheiro de Dilma na organização VAR-Palmares durante a ditadura (1964-1985) e jornalista por formação, Falcão tem um histórico combativo. Foi oposição à então prefeita de São Paulo Luíza Erundina (1989 a 1993) e chegou a coordenar a campanha de Lula à Presidência em 1994 ¿ período em que comandou a legenda interinamente. De voz baixa e fala pausada, afastou-se da Articulação, então corrente majoritária dentro do PT, depois da primeira derrota de Lula contra Fernando Henrique Cardoso. Em 1998, elegeu-se suplente de deputado federal por São Paulo, já no grupo de Marta Suplicy.

Assumiu o mandato em 2000, mas acabou nomeado secretário de governo da prefeitura de São Paulo, próximo ao ex-deputado José Dirceu. A atuação como articulador político da prefeita o levou à posição de vice na chapa de reeleição de Marta, em 2004. Os dois foram derrotados por José Serra (PSDB). Fora do Executivo, elegeu-se deputado estadual em 2006 e em 2010. Vice-presidente do PT em 2010, envolveu-se em polêmica por suposta elaboração de dossiê contra Serra nas eleições presidenciais. (II)