Título: Defesa contesta parecer da VIJ
Autor: Tahan, Lilian ; Campos, Ana Maria
Fonte: Correio Braziliense, 05/05/2011, Cidades, p. 33

Integram o inquérito de pedofilia em curso contra Durval Barbosa e Kelly Melchior dois atestados do Instituto de Medicina Legal (IML) da Polícia Civil do DF cujos resultados apontam que não há vestígios, nas crianças, de atos sexuais. Uma delas, constrangida, não permitiu que o exame fosse feito por completo. Na outra, o médico-legista Hugo Ricardo Valim de Castro atestou ausência de penetração.

Parecer técnico assinado pela psicóloga Sandra Maria Baccara Araújo, apresentado por Durval e Kelly, contesta a versão do laudo judicial. Uma das teses apontadas no estudo feito pela profissional é de que as crianças foram influenciadas por circunstâncias emocionais. Também há a sustentação sobre a necessidade de um novo exame, desta vez acompanhado pela psicóloga da confiança de quem está sob acusação. O ex-secretário de Relações Institucionais afirma estar sendo vítima de uma armação comandada por inimigos, que inclui a participação da ex-mulher Fabiani Barbosa, que teria prestado falsos depoimentos para prejudicá-lo.

Na delação premiada, Durval envolveu Fabiani, a empresa que ela comanda, a Dot Paper, e familiares da ex-mulher. Uma nova denúncia à Justiça pode determinar a perda dos benefícios da redução da pena previstos. Por isso, Durval defende a tese de que existiria um complô contra ele.

Apesar dos laudos do IML que negam violência física nas crianças, a investigação do Centro de Referência para Proteção Integral da Criança e do Adolescente em Situação de Violência Sexual, do Tribunal de Justiça do DF, aponta que, em situações de pedofilia, a ausência de vestígios físicos e de testemunhas torna a palavra das vítimas um importante instrumento de avaliação. (LT e AMC)