Título: Memória
Autor: Alves, Renato
Fonte: Correio Braziliense, 02/05/2011, Cidades, p. 22

O Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) da Presidência da República investiga e acompanha investigações sobre as execuções e os desaparecimentos de pessoas em Goiás com base em uma lei que permite a intervenção federal em casos de repercussão interestadual ou internacional. Há quatro resoluções do CDDPH em andamento relativas a ações do grupo de extermínio no estado vizinho ao Distrito Federal. Em todas, o órgão cobra explicações do governo de Goiás sobre as denúncias de crimes bárbaros cometidos por policiais.

O primeiro procedimento, datado de 25 de junho de 2003, foi instaurado para apurar denúncias de violações de direitos humanos perpetradas por policiais civis e militares na região do Entorno. Em 31 de janeiro de 2006, o CDDPH mandou apurar o acompanhamento de investigações dos casos de desaparecimentos e mortes de pessoas envolvendo integrantes da PM goiana. O conselho editou ainda duas moções em 2007 para tornar pública a preocupação ao governo estadual quanto à falta de elucidação de sumiços e execuções atribuídos à PM e, entre outros, pedir rigor nas apurações.

A outra moção pedia ao Ministério da Justiça que repasses de recursos federais à Secretaria de Segurança Pública de Goiás fossem condicionados à instalação de sistema de posicionamento global nos carros da PM, à apuração dos crimes praticados por policiais militares, à reestruturação do Instituto de Criminalística, à criação da cadeira de Direitos Humanos nos cursos de formação e aperfeiçoamento da Polícia Militar e à manifestação oficial da Secretaria de Segurança Pública no combate à doutrina de ¿bandido bom é bandido morto¿, por meio de portarias, resoluções e seminários.

O mais recente procedimento, instaurado em outubro de 2007, também determinava o acompanhamento dos casos de desaparecimentos e mortes de pessoas por policiais militares. Mas nenhum dos pedidos da CDDPH resultou em um relatório final por parte do governo goiano.