Título: Oposição vê dedo de tucano em ação
Autor: Iunes, Ivan ; Campbell, Ulisses
Fonte: Correio Braziliense, 08/05/2011, Política, p. 2

Para os principais adversários dos tucanos em São Paulo, os petistas, toda a movimentação de Serra não passa de jogo de cena para tentar manter sua bandeira fincada no jogo eleitoral. ¿A estratégia toda de criação do PSD é tocada por Serra. Todo esse levante, a saída das pessoas do PSDB, o silêncio de Serra, mesmo cobrado reiteradas vezes que defenda o partido, não se movimentando para que isso acontecesse, mostram que ele está por trás disso o tempo todo¿ afirma a senadora Marta Suplicy (PT-SP).

A parlamentar entende que, pelo menos em São Paulo, o PSD atua com as digitais de Serra. ¿Com o PSD ele conseguiu uma linha auxiliar de atuação, está com um pé em cada canoa. Dependendo da conjuntura, ele toma a decisão dele, que pode ser até pelo novo partido¿, aposta uma das pré-candidatas petistas a comandar São Paulo. Pelo menos oficialmente, no entanto, as promessas de apoio entre PSD e Serra ficariam restritas a São Paulo. Nacionalmente, a legenda agregou nomes historicamente adversários do tucano, como o ex-tesoureiro demista e ex-deputado federal por Mato Grosso Saulo Queiroz.

Homem de confiança de Jorge Bornhausen, Queiroz chegou a publicar nas últimas eleições um artigo em que declarava a então candidata governista Dilma Rousseff ampla favorita no pleito e classificou a escolha de PSDB e DEM por Serra como um erro estratégico. Agora no PSD, ele rechaça a possibilidade de o diretório nacional do partido orbitar em torno de um projeto nacional do tucano. ¿Não serviremos de escada para o Serra, ele é o cara que acabou de perder as eleições. Não teria lógica. Também não há hipótese de negócio com o PSDB pois estaríamos sempre na condição de subalternos, o que não admitimos¿, explica Queiroz.