Título: Adoção ganha força
Autor: Abreu, Diego ; Campbell, Ullisses
Fonte: Correio Braziliense, 07/05/2011, Brasil, p. 10

Uma das garantias previstas para heterossexuais em união estável é a possibilidade de adotar filhos. O Supremo Tribunal Federal (STF), porém, não se manifestou sobre o tema em relação a casais gays. Mas especialistas entendem que eles têm o mesmo direito. De acordo com o juiz Roger Raupp Rios, doutor em direito e professor universitário, embora o STF não tenha mencionado expressamente o tema, tal direito foi reforçado pelos ministros. ¿Como pessoas vivendo em união estável podem se candidatar à adoção, os casais do mesmo sexo vivendo em união estável também podem¿, afirma. O juiz destaca que já havia entendimento favorável em parte do Judiciário em função de um julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em 2010, o STJ manteve o registro de adoção de duas crianças por um casal de mulheres de Bagé (RS). ¿Claro que alguns tribunais continuam negando, mas com a decisão do Supremo, essa resistência tende a ser menor¿, afirma Rios. Ele ressalta ainda que viver em união estável não é o único requisito para a adoção. ¿Como um casal heterossexual, os companheiros do mesmo sexo passarão por uma análise criteriosa da Justiça em relação às condições de cuidar de uma criança¿, explica.