Título: BB lucra R$ 2,9 bi
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Fonte: Correio Braziliense, 11/05/2011, Economia, p. 8

O Banco do Brasil anunciou ontem o maior lucro líquido para o primeiro trimestre do ano da sua história. Foram R$ 2,93 bilhões, o que representou crescimento de 24,7% em relação ao mesmo período de 2010. Os acionistas, entre eles o Tesouro Nacional, dono de 60% do banco, ficarão com 40% do ganho, o correspondente a R$ 1,17 bilhão. O resultado do BB o coloca em segundo lugar no ranking nacional em termos de lucro líquido, atrás apenas do Itaú Unibanco, que apresentou, entre janeiro e março, lucro de R$ 3,5 bilhões.

¿Estamos à frente do Itaú Unibanco em vários itens¿, disse o vice-presidente de Finanças da instituição, Ivan Monteiro. Em ativos, por exemplo, com R$ 866 bilhões, o Banco do Brasil é a maior instituição da América Latina. Monteiro comemorou o fato de os resultados do banco público terem sido impulsionado por diversos fatores, como o crescimento do crédito, o controle de gastos e a diversificação de receitas, com destaque para o mercado de cartões de crédito e seguros. A Previ, o fundo de pensão dos funcionários do BB, também contribuiu para engordar o caixa do banco. Mas, desta vez, o impacto líquido foi menor, da ordem de R$ 300 milhões.

Apesar de todas as medidas de contenção do consumo adotadas pelo governo desde o fim do ano passado, foi a expansão do crédito que fez o lucro do BB disparar. No fim de março, a carteira de crédito do banco alcançou R$ 397,5 bilhões, com crescimento de 21,2% em 12 meses. Com isso, a participação da instituição no mercado passou para 19,5%. No entender do vice-presidente do BB, o crédito vem crescendo de maneira equilibrada. Por isso, a instituição mantém a previsão de avanço entre 17% e 20% durante o ano.

Pela primeira vez, desde o estouro da crise de 2008, o BB conseguiu reduzir as dívidas dos clientes em atraso há mais de 90 dias. No geral, o índice de calote no banco está em 2,1%, contra 3,2% de todo o sistema financeiro. ¿Não temos, no nosso horizonte, nenhum indicador de que a inadimplência vai subir. Muito pelo contrário¿, disse Monteiro.

Com o crescimento do crédito mais moderado este ano, como espera o governo, o vice-presidente do BB acredita que não será usado todo o espaço que a instituição possui para oferecer dinheiro ao público. Com o índice de Basileia em 14,13% (ativos que o banco tem, ponderados pelo risco), a instituição pode expandir as suas operações de crédito em mais R$ 133,7 bilhões.

A marca do crescimento do crédito este ano, segundo Monteiro, será acompanhada de mais benefícios para os clientes. O BB, de acordo com o vice-presidente de Cartões e Novos Negócios de Varejo do banco, Paulo Rogério Caffarelli, praticará taxas de juros diferenciadas para os clientes pessoas físicas. Quem tem um bom relacionamento com o banco contará com taxas menores na hora de pegar um financiamento. ¿ É um prêmio para o bom cliente, uma espécie de cadastro positivo interno¿, disse.