Título: Meta difícil de ser atingida
Autor: Mader, Helena
Fonte: Correio Braziliense, 11/05/2011, Cidades, p. 25

Das 10 mil unidades habitacionais que serão oferecidas agora, metade será destinada a cooperativas e associações habitacionais e metade vai beneficiar inscritos na lista única da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab). Neste último caso, os apartamentos e casas serão construídos por empresas que deverão participar de licitações públicas. A partir de 16 de maio, o governo vai convocar as empresas interessadas e, após 13 de junho, as cooperativas poderão apresentar suas propostas. O GDF vai selecionar os projetos pelo menor preço apresentado, mas levará em conta também a capacidade técnica dos candidatos.

A promessa de campanha do governador Agnelo Queiroz é construir 100 mil moradias em quatro anos. Mas o projeto político esbarra em problemas fundiários, já que grande parte das terras do DF tem conflitos de propriedade, cujos processos estão emperrados na Justiça. Além disso, os processos de licenciamento ambiental também costumam ser complicados, já que boa parte do DF está dentro de áreas de proteção ambiental. Para oferecer moradia, o governo terá antes que regularizar as terras vazias.

O próprio secretário reconhece os empecilhos. ¿O governo se comprometeu a atender 100 mil famílias. Essa é uma tarefa dificílima. Temos uma situação fundiária muito complexa, com terras do GDF, da União, além de áreas desapropriadas, mas sem demarcação. Além disso, há a questão ambiental¿, afirma. Nos últimos quatro anos, somente 5,1 mil terrenos foram entregues. Levando em consideração os 380 mil inscritos na lista e o ritmo de entrega de moradias, seriam necessários quase 300 anos para acabar com a espera. Isso sem contar as novas inscrições e o crescimento populacional: em 20 anos, o DF deve ganhar 1,5 milhão de moradores.