Título: Muitos filiados, pouca representatividade
Autor: Iunes, Ivan
Fonte: Correio Braziliense, 16/05/2011, Política, p. 3

¿Quando recolhemos as assinaturas as pessoas ficam surpresas ao saberem que o PL não existe mais¿, diz o pastor Oséas Rodrigues, presidente da legenda no Distrito Federal. O partido divulgou que já tem 400 mil apoios oficializados. O mais atrasado na coleta das assinaturas é o PMB, com 20 mil apoios em São Paulo.

Fundado em 29 de janeiro, a legenda diz ser defensora do direto à vida, liberdade e igualdade, além de um defensor das instituições democráticas. No quesito orientação programática, diz ser de centro-direita. Para a cientista política da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) Maria do Socorro Souza Braga, o PSD e o Partido Novo têm como foco claro a classe média, hoje órfã de uma representação política mais clara. ¿O Brasil tem 27 partidos oficiais, mas efetivos não chegam a seis. Só que a maioria caminha para o centro. Por isso, há espaços a serem preenchidos, tanto à direita, quanto à esquerda¿, opina Maria do Socorro.

Segundo a avaliação da pesquisadora, os atuais partidos mais próximos da antiga direita, DEM e PP, perderam fôlego por terem a imagem atrelada ao regime ditatorial. Já os ditos de esquerda, como PSol, PCO e PSTU, não conseguiram espaço suficiente no Congresso Nacional para fazer valer suas teses. Outro partido de centro, ela avalia, teria dificuldades de encontrar uma brecha para crescer. ¿A recriação do PL é quase um suicídio, há vários partidos lutando nessa faixa, como PHS, PR, PRB. A população está bastante refratária a esse tipo de partido, que acaba se sustentando em um ou outro líder¿, explica Maria do Socorro.