Título: Petrobras lucra R$ 11 bi
Autor: Batista, Vera
Fonte: Correio Braziliense, 14/05/2011, Economia, p. 18

A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 10,9 bilhões no primeiro trimestre de 2011, recorde para o período e 42% superior ao ganho de 2010. Contribuiu para tal resultado o incremento de 4% na produção nacional de óleo, a elevação de 6% na venda de derivados e o salto de 13% na venda de gás natural. O desempenho veio acima das expectativas dos analistas. Segundo Cesar Bergo, da Planner Corretora, o ganho esperado era de R$ 9,5 bilhões, ou crescimento de 25%.

Na avaliação do economista-chefe da Prosper Corretora, Eduardo Velho, até mesmo esse bom resultado não será capaz de afastar a desconfiança em torno das ações da maior empresa da América Latina e impedir a fuga de investidores, que temem a ingerência do governo na estatal. ¿Além do cenário externo, que está avesso às commodities (mercadorias com cotação internacional), o investidor não perdoa intervenções para brecar artificialmente o aumento do preço interno da gasolina e manda a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, forçar a queda do combustível¿, criticou. Essa interferência, disse, a princípio, pode não afetar os lucros da petrolífera, mas, no futuro, essa postura custará caro aos acionistas.

Desde o processo de capitalização da Petrobras, no ano passado, suas ações iniciaram um processo de queda livre. Apenas ontem, os papéis ON (com direito a voto) recuaram 1,35%. No ano, dissolveram 12,13%. As PN (preferência no recebimento de parte dos lucros) seguiram o mesmo caminho: baixaram 0,68% e 12,17%, respectivamente. Apesar do robusto lucro, a Petrobras reduziu os investimentos previstos para este ano em 11%, de R$ 17,7 bilhões para R$ 15,8 bilhões. Foi feita revisão anual no Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos.

As áreas de exploração e de produção receberam 83% dos investimentos nos três primeiros meses do ano (R$ 1,196 bilhões), 45% a mais do que em igual período de 2010. Do quarto trimestre de 2010, em comparação ao primeiros três meses de 2011, a estatal importou mais petróleo (49%) e derivados (48%). O saldo na balança comercial ficou negativo em US$ 656 milhões, referentes à entrada líquida de 38 mil barris de petróleo/dia.