Título: Efeito dos emergentes
Autor: Ribas, Silvio
Fonte: Correio Braziliense, 18/05/2011, Economia, p. 10

O Brasil e outros cinco países emergentes puxarão o crescimento econômico mundial nos próximos anos, projeta o Banco Mundial (Bird). Seu estudo ¿Multipolaridade: a nova economia mundial¿, divulgado ontem em Washington, revela que o país, juntamente com China, Índia, Rússia, Indonésia e Coreia do Sul, vão responder por mais da metade da expansão global até 2025, com uma taxa média de 4,7%. As nações desenvolvidas, apesar de continuarem a ter peso importante, deverão caminhar num ritmo menor (2,3%), igual à média da soma de todas as economias.

Regulação Segundo o Bird, as mudanças serão percebidas na atuação de multinacionais e na reconfiguração da indústria global, com aceleração de investimentos entre países emergentes. E acrescenta que essa influência de empresas com sede em mercados em desenvolvimento nas finanças mundiais podem até levar à criação de novo marco regulatório para as aplicações transnacionais de recursos.

¿A rápida ascensão de economias emergentes conduziu uma mudança pela qual agora os centros de crescimento econômico estão distribuídos entre as economias desenvolvidas e em desenvolvimento¿, disse o economista-chefe do Bird, Justin Yifu Lin. ¿Estamos em um mundo realmente multipolar.¿

Apesar disso, o relatório alerta que, para se consolidar como polo dinâmico, o Brasil precisa enfrentar desafios, como melhorar o acesso à educação e estimular a inovação tecnológica. Apesar dos bons prognósticos do Bird, alguns analistas financeiros consideram exagerada a aposta de investidores nos mercados emergentes. (SR)

Questões estruturais Os críticos lembram que, ainda que as economias emergentes tenham contribuído com mais de 70% do crescimento global recente, elas não podem ser tidas como opções garantidas. ¿Os investidores estão subestimando algumas das questões estruturais que podem vir à tona nos próximos anos¿, disse John-Paul Smith, estrategista de mercados globais do Deutsche Bank.