Título: Estratégia pronta
Autor: Campos, Ana Maria
Fonte: Correio Braziliense, 18/05/2011, Cidades, p. 19

Pouco depois da decisão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), os advogados de Leonardo Bandarra e Deborah Guerner planejaram o caminho dos recursos que pretendem apresentar. O primeiro passo será ingressar com embargos de declaração no próprio órgão. A ação será acompanhada de pedido de suspensão das decisões.

A ferramenta processual é usada quando restam temas considerados obscuros na determinação, ou mesmo quando algum ponto importante não tenha sido abordado pelos julgadores. Caso o conselho não acolha o recurso, a defesa ingressará com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF).

O caso deverá cair nas mãos do ministro Gilmar Mendes, que já deliberou sobre outros assuntos relacionados às investigações realizadas contra os promotores ¿ no ano passado, o magistrado negou pedido impetrado pelo próprio Bandarra, que pedia acesso a dados sigilosos contidos em sindicância do CNMP. No Supremo, a defesa tentará obter liminar a fim de anular o julgamento do conselho e a suspensão dos efeitos da decisão. ¿Usaremos como base da nossa argumentação o voto primoroso dado pelo conselheiro Achiles Siquara na sessão de ontem¿, disse Gabriela Bemfica, advogada de Bandarra.

Apesar de seguir caminho igual ao do colega, Deborah precisará constituir novos advogados. Pedro Paulo de Medeiros e Paulo Sérgio Leite Farias defenderão Deborah e Jorge Guerner apenas até a próxima sessão do Tribunal Regional Federal (TRF 1ª Região).

Depois disso, sairão efetivamente do caso. Ontem, Medeiros acompanhou discretamente o julgamento. ¿Estamos comparecendo porque o casal ainda não constituiu novo defensor, mas nossas obrigações se findam nesta semana¿, disse o advogado.