Título: Governo vê PIB de 4,5%
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Fonte: Correio Braziliense, 21/05/2011, Economia, p. 21

O governo reduziu a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país) de 5% para 4,5% e elevou a estimativa para a inflação em 2011, de 5% para 5,7%.

Na avaliação de especialistas, finalmente o Ministério do Planejamento assumiu que a avanço da atividade será menor e que os índices de preços fecharão 2011 em um patamar preocupante.

¿Felizmente, o governo está corrigindo as distorções em suas estatísticas. Mas os números finais serão piores, tanto para a inflação quanto para o crescimento¿, disse um especialista. Para o Banco Central, o salto da economia neste ano será de 4%. No mercado, já há quem acredite em expansão de apenas 3,5%.

O Planejamento também reduziu a previsão do montante de impostos a ser arrecadado neste ano. As estimativas para as receitas caíram de R$ 730,1 bilhões para R$ 729,6 bilhões, o que poderá dificultar o cumprimento da meta de superavit primário (economia para o pagamento de juros da dívida) neste ano, de 3% do PIB. ¿Por isso, o mercado está tão cético em relação ao compromisso do governo com o ajuste fiscal¿, acrescentou um executivo de um banco estrangeiro.

Em baixa Diante dos números mais realistas do Planejamento, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que a atividade econômica está em processo de arrefecimento. Esse movimento está cada vez mais claro no varejo. O ministro disse acreditar que não será necessário tomar mais medidas para conter a demanda e o crédito. ¿Precisamos manter o crescimento sustentável, sem criar nenhum desequilíbrio nesse processo¿, afirmou. ¿A inflação vem do aumento excessivo dos preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional) e tende a ser maior em países com a economia aquecida, como Brasil, China, Índia e Rússia. Mas a taxa inflacionária está diminuindo, pois dois grandes vilões, as commodities e os combustíveis, já estão em queda¿, afirmou.

O presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), Fernando de Castro, entregou a Mantega informações contidas no Índice Antecedente de Vendas, indicando queda de 1,5% nos pedidos do comércio aos fornecedores de abril para maio frente a igual período do ano passado. Ele estimou ainda que as vendas do setor cairão na mesma proporção no decorrer dos próximos três meses.

Caindo na real Depois de traçar um cenário otimista para o nível de atividade, a equipe econômica começa a se adequar à realidade

Indicadores Projeções Projeções anteriores atuais

PIB (Em %) 5,00 4,50

IPCA(Em %) 5,00 5,70

PIB (Em R$ trilhões) 4,05 4,09

IGP-DI(Em %) 6,28 7,01

Câmbio (Em R$) 1,70 1,61

Barril de petróleo (Em US$) 98,34 103,31

Fonte: Ministério do Planejamento