Título: Tablets serão feitos no país
Autor: Braga, Gustavo Henrique ; Jeronimo, Josie
Fonte: Correio Braziliense, 24/05/2011, Economia, p. 13

Pelo menos 12 empresas manifestaram interesse em produzir tablets no Brasil. Além da Foxconn, responsável pela montagem do iPad, da Apple, as outras 11 são: Positivo, Envision, Motorola, Samsung, LG, Itautec, Sanmina, Compalead, Semp Toshiba, Aiox e MXT, conforme revelou o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Com o objetivo de estimular a produção desse tipo de produto em território nacional, o governo publicou ontem a Medida Provisória nº 534, que inclui o dispositivo eletrônico na Lei do Bem, o que proporcionará corte de impostos e uma redução de mais de 30% no custo de produção.

As companhias interessadas em se beneficiar dos incentivos terão de obedecer a um índice de 20% de componentes com fabricação nacional, como determinam as regras do Processo Produtivo Básico (PPB). ¿O custo do tablet no Brasil será igual ao de lá de fora, de modo a tornar o país atraente para a produção. Como temos um grande mercado, é conveniente que as empresas se instalem aqui¿, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Apesar de reconhecer a medida como um avanço, o especialista em tecnologia Henrique Campos Júnior, da Marco Consultora, duvida que o desconto será sentido na íntegra pelo consumidor final. ¿Se o preço cair 15% ou 20%, já será um ótimo resultado¿, disse.

¿A renúncia fiscal pode, na verdade, se traduzir em aumento da arrecadação, tendo em vista que muitas pessoas que consomem os produtos os adquirem no exterior ou por canais não oficiais, como sites de compra. Os altos preços aqui, em muitos casos, privam o governo de qualquer arrecadação tributária¿, avaliou Fabio Garcia da Silva, professor de ciências contábeis da Trevisan Escola de Negócios.

Uma das empresas que já fabricam tablets no Brasil, a Motorola, considerou a MP como ¿positiva¿, e divulgou já ter enviado a requisição ao ministério para se enquadrar no PPB e, dessa forma, atender as exigências para o incentivo. Segundo a companhia, ¿a estratégia de precificação do Xoom será revisada após a aprovação dos benefícios fiscais pelo governo¿. Já a Positivo garantiu que iniciará a produção de um tablet no próximo semestre. A LG lançará no Brasil ¿em breve¿, o modelo Optimus Pad, mas ainda não confirmou se ele será importado ou fabricado em solo nacional.

No DF O Distrito Federal também entrará na briga para receber uma das unidades de produção do iPad no Brasil. O governador Agnelo Queiroz (PT) afirmou ontem que, após a primeira fase de criação da incubadora tecnológica, o GDF oferecerá incentivos fiscais de forma que as empresas escolham Brasília para lançar empreendimentos. Agnelo argumentou que a estrutura e o mercado consumidor consolidado do DF fazem da capital uma forte candidata para receber uma fábrica de iPad 2, da Apple. ¿Com a segunda fase do Parque Capital Digital, estamos nos candidatando para receber investimentos. Temos o maior número de internautas por habitante em todo o país. Também temos uma localização privilegiada¿, disse.

Valor de mercado Pela primeira vez desde abril de 1996, a IBM superou ontem a antiga rival Microsoft em valor de mercado. Em 1999, a Microsoft valia três vezes mais do que a IBM, mas, desde que o estouro da bolha da internet em 2000 foi superado, o jogo se inverteu: as ações da companhia de Bill Gates estão estagnadas, enquanto rivais como Google, Apple e Facebook ganham destaque. O valor da Apple, a empresa mais valiosa do setor, estava em US$ 308,3 bilhões ontem. O da IBM era US$ 203,5 bilhões, enquanto o da Microsoft, US$ 201,1 bilhões.

LINKEDIN É VULNERÁVEL A rede social LinkedIn apresenta falhas de segurança que tornam as contas dos usuários vulneráveis a ataques de hackers. O pesquisador Rishi Narang descobriu a falha no último fim de semana. Segundo ele, o problema está relacionado a como a empresa administra os cookies. Depois que um usuário insere o nome e a senha para acesso a uma conta, o LinkedIn cria o cookie ¿LEO_AUTH_TOKEN¿ no computador do usuário, que serve como chave. ¿Muitos sites usam cookies, mas o que torna incomum o do LinkedIn é que ele só expira um ano depois de sua data de criação, enquanto os da maioria dos sites comerciais expiram em 24 horas ou menos¿, disse Narang.