Título: Benedito entrega defesa
Autor: Medeiros, Luísa
Fonte: Correio Braziliense, 26/05/2011, Cidades, p. 33

Acusado de formação de quadrilha e de beneficiar parentes em contratos com o Governo do Distrito Federal, o deputado distrital Benedito Domingos (PP) apresentou ontem, às 15h30, sua defesa à Corregedoria da Câmara Legislativa. Acompanhado do advogado Thompson Flores e de assessores, o parlamentar teve uma rápida conversa com o corregedor Wellington Luiz (PSC), mas não chegou a adiantar o conteúdo da peça de defesa.

Ao Correio, Benedito disse apenas que estava usufruindo da ¿primeira oportunidade que teve para se defender¿. Wellington Luiz tem 15 dias úteis para analisar o documento e elaborar o parecer, que deverá indicar a abertura ou não de um processo por quebra de decoro parlamentar contra o colega. Caso seja instaurada uma investigação, ela será conduzida pela Comissão de Ética da Casa.

Segundo Thompson Flores, a defesa do cliente mostrará que a representação contra Benedito foi ¿motivada politicamente¿. ¿Não há elemento que prove ou aponte a instauração de um processo por quebra de decoro contra ele¿, afirmou.

O advogado confirmou que um dos pontos que fundamentam o documento é o fato de Benedito ser acusado de cometer os crimes enquanto estava à frente da Administração de Taguatinga, no governo de José Roberto Arruda. À época, o distrital ficou afastado das funções de distrital para ocupar o cargo. ¿Mostramos que ele não cometeu nenhuma irregularidade durante a conduta de parlamentar. Isso é uma grave injustiça¿, explicou Flores, que disse estar ¿bastante confiante e tranquilo¿ com o trabalho que será desenvolvido na Câmara. O corregedor preferiu não comentar, por enquanto, o teor da defesa.

Denúncia Em 9 de maio, a procuradora-geral de Justiça do DF, Eunice Amorim Carvalhido, protocolou no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) denúncia contra Benedito Domingos (PP) por formação de quadrilha, fraude em licitação e corrupção passiva. A chefe do Ministério Público do DF tomou como base inquérito policial que apontou favorecimento no Governo do Distrito Federal a empresas ligadas a familiares do parlamentar nos contratos firmados pelo Executivo para a ornamentação do Natal de 2007 a 2010, a decoração do carnaval de 2008 a 2010 e a comemoração dos 50 anos de Brasília.

CPI arquivada Por falta de quórum no plenário da Câmara Legislativa, não foram eleitos ontem o presidente e o vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde. Com isso, a comissão foi arquivada, visto que a data-limite para a definição do comando do colegiado foi esgotada. O objetivo da CPI era apurar denúncias de supostas irregularidades ocorridas na rede pública entre 2007 e 2011, como a terceirização do Hospital de Santa Maria pela Real Sociedade Espanhola, os contratos de reprografia e a utilização de unidades de terapia intensiva em hospitais particulares.