Título: Direito de saber
Autor: Abreu, Diego
Fonte: Correio Braziliense, 30/05/2011, Política, p. 5

Nas últimas três semanas, o recurso de Diego foi incluído na pauta do STF. A expectativa de que o caso fosse julgado mobilizou o estudante, que pretende assistir às sessões. ¿Desde que era criança, minha mãe contava quem era o meu pai e deixava claro que ele não havia me reconhecido¿, contou. ¿Tenho o interesse de conhecê-lo bem, sim. Acho que tenho o direito de saber o motivo da rejeição.¿

Morador da Asa Norte, Diego relata que a última vez que viu Goiá tem mais de uma década. ¿Eu tinha 17 anos. Fui até o local de trabalho dele, sem que minha mãe soubesse, para pedir um emprego a ele, porque estávamos em situação financeira difícil. Apontando para um livro, ele me disse que se eu quisesse alguma coisa que conquistasse sozinho¿, recorda. O estudante passou a se interessar ainda mais pelo caso ao definir o tema de sua monografia: ¿O confronto da coisa julgada frente ao reconhecimento de paternidade¿. Antes mesmo de terminar a o texto, Diego chegou a sua conclusão: ¿O direito não age em função da norma, mas em função da humanidade¿.

O Correio entrou em contato na sexta-feira com Goiá, que atendeu à ligação, mas disse que estava em reunião. No sábado, disse que estava em um congresso. Ontem, não atendeu às demais ligações para dar sua versão sobre os fatos. (DA)