Título: Mantega admite novas medidas anti-inflação
Autor: Batista, Vera
Fonte: Correio Braziliense, 28/05/2011, Economia, p. 20

Ministro da Fazenda recua e afirma que as ações adicionais terão como objetivo conter a onda de remarcação de preços

Uma semana depois de assegurar que o governo não tomará mais nenhuma medida para conter o crescimento da economia, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, recuou ontem. Segundo ele, apesar de a atividade estar caminhando em um ritmo moderado, reflexo do aperto imposto pelo Banco Central no crédito, ações adicionais poderão ser anunciadas para impedir a escalada da inflação. ¿O governo já tem tomado e continuará adotando todas as medidas para que busquemos o centro da meta de inflação (de 4,5%). O governo não brinca em serviço com a questão inflacionária¿, disse, durante apresentação na Câmara de Comércio Brasil-França, em São Paulo.

Na avaliação de Mantega, uma desaceleração dos preços já está em marcha por causa da queda recente das commodities (produtos básicos com cotação internacional). Ele alertou, porém, para o perigo de a pressão recente das matérias-primas se espalhar para outros setores. Os comentários vieram depois de a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ter superado, no acumulado em 12 meses, o teto da meta definida para o ano, de 6,5%. O ministro ressaltou que o governo atuará em todas as frentes para levar o IPCA para 4,5%. ¿O ajuste que nós queríamos para 2011 está se consolidando¿, assinalou

Otimista, ele assegurou que, com a inflação sob controle, neste segundo trimestre do ano, a economia estará crescendo próxima de 4,5%. ¿Não é para parar de crescer, mas para crescer moderadamente¿, frisou. A seu ver, o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) mundial continuará sendo capitaneado peles países emergentes, com o Brasil consolidando taxas maiores de expansão nos próximos anos.

Reforma tributária Apesar do descrédito que reina entre o empresariado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo está empenhado em fazer a reforma tributária. Mas, como há muitos interesses envolvidos, optou-se por fazer uma reforma fatiada, que começou pelo ICMS. Agora, está em discussão a redução da contribuição patronal da folha de pagamento, que envolve R$ 95 bilhões em tributos.