Título: DF sem estaleiros
Autor: Prates, Marco
Fonte: Correio Braziliense, 28/05/2011, Cidades, p. 31

Apesar de contar com 2 mil embarcações circulando pelo Lago Paranoá, Brasília não tem estaleiro ¿ local onde se constrói ou reformam barcos ¿ e marina pública. Para manter os barcos atracados, empresários que lidam com o turismo náutico dependem de acordo com os clubes. Para os empresários, isso significa dificuldades na hora de, por exemplo, retirar um veículo da água para a realização da vistoria a seco, exigência da Marinha para emitir o Certificado de Segurança da Navegação (CSN), documento obrigatório. Se o barco for grande, os clubes não têm estrutura capaz de içá-lo para fora d¿água.

Dono de um barco de festas, Etienne Petrillo, 78 anos, contratou o serviço de uma empresa de guincho sem experiência náutica. Ele precisava retirar a embarcação do lago para conseguir o CSN. A operação ocorreu em uma área pública, sem asfalto e infraestrutura, perto da Ponte das Garças, no Lago Sul. No meio do processo, houve um problema, e o veículo caiu de uma altura de 2m. Os vidros e o leme se quebraram. Por sorte, os danos ao casco foram poucos. Mesmo assim, o conserto ficará entre R$ 10 mil e R$ 12 mil.

A empresa de guindaste vai arcar com o prejuízo. ¿Se houvesse um estaleiro, isso não ocorreria. Ou haveria um guindaste fixo ou, então, uma carreira (trilho que puxa o barco) que aguenta uma embarcação desse tamanho¿, afirmou Etienne. ¿Pensar num estaleiro é um sonho tão grande quanto ter a casa própria¿, disse o dono de outro barco de festas, José Carlos Andrade. Ele está construindo uma embarcação ao lado de um clube, em área pública sem cobertura.