Título: Marcha em Brasília hoje
Autor: Mariz, Renata
Fonte: Correio Braziliense, 03/06/2011, Brasil, p. 10

Sempre marcada pela ameaça de ações judicias determinando o seu cancelamento, a Marcha da Maconha em Brasília, prevista para a tarde de hoje, tem o aval da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Uma reunião entre representantes da pasta e os organizadores do evento, ocorrida ontem, garantiu que a paz reinará durante a manifestação na Esplanada dos Ministérios. Mas as autoridades deixaram claro que, havendo apologia, venda ou consumo de drogas, os policiais vão agir. O protesto faz parte de um calendário maior, composto de 16 eventos em favor da legalização do entorpecente pelo país, muitos deles proibidos por decisões judiciais. Se até amanhã chegar alguma ordem nesse sentido, os manifestantes têm um plano B. Vão abrir mão de qualquer material figurativo, como faixas ou cartazes, transformando a caminhada em um ato pela liberdade de expressão.

¿Estamos satisfeitos com a postura madura e consciente da Secretaria de Segurança Pública. E vamos orientar o pessoal. Se algum engraçadinho quiser fazer uso lá (de maconha), será repreendido por nós e pela polícia¿, diz Mauro Chabien, consultor jurídico da marcha. Ele destaca notar um maior ¿entendimento¿ por parte das autoridades, embora tenha requerido um habeas corpus preventivo na ocasião da marcha do ano passado, realizada em maio, sem sucesso. ¿Mas como ninguém entrou com ação judicial, ficamos tranquilos.

Só em 2008 é que realmente fomos impedidos pela Justiça¿, destaca Chabien. Ontem, ele e outros ativistas pró-legalização da maconha se reuniram na Universidade de Brasília(UnB) para uma palestra sobre o assunto. Eles esperam que o Supremo Tribunal Federal julgue o mais rápido possível uma ação que pede a liberação irrestrita de marchas em favor da maconha pelo país. ¿Argumentamos que não fazemos apologia nem uso. Levantar um cartaz dizendo: `Legalize a maconha¿ é liberdade de se expressar. Outra coisa é dizer: `Fume maconha¿", destaca. (RM)

"Vamos orientar o pessoal. Se algum engraçadinho quiser fazer uso lá (de maconha), será repreendido por nós e pela polícia¿

Mauro Chabien, consultor jurídico da Marcha da Maconha em Brasília