Título: Etanol mais caro em 2012
Autor: Ribas, Sílvio
Fonte: Correio Braziliense, 07/06/2011, Economia, p. 10

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, admitiu ontem que o país voltará a enfrentar disparada de preços dos combustíveis e bombas de etanol vazias em 2012. Ele informou que medidas estão sendo tomadas pelo governo para resolver o problema de abastecimento durante a entressafra da cana-de-açúcar, em parceria com empresários, buscando garantir a produção. ¿Caminharemos para financiar uma produção muito maior. Queremos exportar etanol em boa escala e garantir o suprimento interno. Este ano, tivemos dificuldades e estamos prevendo para o próximo ano também alguns problemas¿, reconheceu durante evento do setor, em São Paulo.

Lobão afirmou que o próximo Plano Decenal de Energia (PDE) já vai contar com o planejamento do consumo e do financiamento, para que se atinjam os resultados desejados. ¿As distribuidoras deverão assinar contrato com produtores para que haja garantia de ambos os lados¿, explicou. Pressionado pelo encarecimento dos combustíveis este ano, o governo modificou recentemente a lei sobre a mistura de álcool na gasolina, permitindo que variasse de 18% a 25%. Antes era de 20% a 25%. A classificação do etanol também mudou para combustível estratégico, o que levará a Agência Nacional do Petróleo (ANP) a supervisionar o mercado da produção à distribuição.

Projetos O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, anunciou que a instituição vai financiar projetos do setor entre R$ 30 bilhões e R$ 35 bilhões até 2014. Ele disse estar ¿muito otimista¿ sobre o futuro do segmento e apontou como prioridade a expansão do fornecimento de matéria-prima. A próxima onda de investimentos até 2012 deverá ter como foco a produção de cana, pois a capacidade de moagem é mais do que suficiente. Depois, os recursos deverão se concentrar na expansão das usinas atuais.

A previsão da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) é de que a frota de veículos leves salte de 29,7 milhões para 50,3 milhões, em 2020. Os bicombustíveis devem representar 78% da frota nacional em 2015, elevando a procura pelo etanol para 73 milhões de litros em 10 anos. (SR)