Título: Inflação vai recuar
Autor: Martins, Victor
Fonte: Correio Braziliense, 07/06/2011, Economia, p. 12

Após quatro meses de sufoco com a alta dos preços em 2011, o brasileiro deve receber a notícia que a inflação recuou em maio. É essa a aposta da média dos analistas, segundo o Banco Central. Eles acreditam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês, que será anunciado hoje, ficará em 0,48% ante 0,77% registrado em abril. Com isso, a projeção para o ano também foi reduzida, pela quinta semana, de 6,23% para 6,22%.

Apesar disso, os economistas acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) tem boas razões para continuar subindo os juros amanhã. Entre elas, os especialistas destacam o mercado de trabalho aquecido, a persistência do consumo forte e a influência dos preços dos produtos básicos, que caíram, mas podem voltar a subir.

Pausa ¿O BC deve elevar os juros básicos (Selic) em 0,25 ponto percentual, fazer uma pausa em agosto e voltar a fazer um arrocho no fim do ano. Os juros chegariam a 13% em dezembro¿, afirmou a economista do Santander Tatiana Pinheiro. Segundo ela, a razão desse comportamento é que, embora seja esperada uma redução dos preços a curto prazo, podendo haver até deflação em junho, a perspectiva é de que a inflação atinja 5,10% em 2012, acima do centro da meta (4,5%).

A consultoria Tendências é mais cética em relação à inflação. Por isso, acredita que o arrocho terá de ser distribuído nas próximas reuniões do Copom, em quatro elevações consecutivas de 0,25 ponto percentual. ¿A inflação entrará num período de melhora, mas deve encerrar o ano em 6,6%, acima do teto da meta (6,5%). Com isso, o Copom terá de continuar apertando muito a política monetária¿, calculou o sócio da Tendências Juan Jensen.