Título: Rival de Requião
Autor: Sassine, Vinicius
Fonte: Correio Braziliense, 11/06/2011, Política, p. 5

Primeiro suplente de Gleisi Hoffmann, Sérgio de Souza é afilhado político do ex-governador do Paraná Orlando Pessuti (PMDB). Foi ele que indicou o advogado para a suplência, num acordo político que envolveu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a então candidata à Presidência Dilma Rousseff. Pessuti abriu mão de disputar o governo estadual no ano passado, em prol da candidatura de Osmar Dias (PDT). Ganhou o direito de indicar os suplentes de Gleisi, recém-empossada na Casa Civil.

Quando era vice-governador de Roberto Requião, Pessuti indicou Sérgio de Souza para o cargo de assessor em seu gabinete. Em 23 de abril de 2004, Requião exonerou o advogado do cargo. Sérgio tinha aberto o escritório de advocacia um ano antes. Um dos sócios é um filho do ex-vice Requião, Orlando Moisés Fischer Pessuti. Eles passaram a prospectar prefeituras de pequenas cidades como potenciais clientes. As defesas dos municípios ocorrem junto à Justiça e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).

¿Montei meu escritório em 2003 e fiz opção por essa atividade. Por isso, fui eu que pedi exoneração¿, diz o suplente de senador. ¿O escritório tem contratos com prefeituras e advoga, não faz lobby. Como vou assumir como senador, já vendi minha parte a meus sócios.¿ Sobre a ação civil pública que aponta licitação forjada no município de Ariranha do Avaí e o cita como participante da suposta fraude, Sérgio de Souza afirma que ainda não teve acesso aos autos. ¿Nunca fiz contratos com prefeituras por dispensa de licitação.¿

O advogado nunca exerceu um mandato eletivo. Chegou a registrar candidatura a deputado estadual em 2002, mas desistiu em prol de alianças locais. Indicado por Pessuti, Sérgio de Souza deve travar um duelo com Requião no Senado, apesar de pertencerem ao mesmo partido e serem do mesmo estado. Procurado pelo Correio, Requião diz que não fala sobre o futuro colega de Senado. A interlocutores, o senador costuma dizer que Sérgio de Souza ¿nunca teria voto para se eleger vereador¿. ¿Sempre trabalhei nas campanhas de Requião, e agora existe essa animosidade. Vou trabalhar com ética no Senado, e espero que ele me trate assim.¿ (VS)