Título: Novos desafios do pezinho
Autor: Santana, Ana Elisa
Fonte: Correio Braziliense, 11/06/2011, Brasil, p. 14

SAÚDE

O Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), conhecido popularmente como teste do pezinho, completou 10 anos na segunda-feira abrangendo 80% do território nacional, segundo o Ministério da Saúde (MS). A iniciativa identifica doenças genéticas nos primeiros dias de vida, possibilitando um tratamento precoce. ¿O objetivo é diagnosticar antes que elas se manifestem, já que são patologias que têm tratamento. Não descobrir uma dessas doenças pode acarretar, por exemplo, morte súbita por algum problema no metabolismo ou uma sequela neurológica¿, afirma a hematopediatra e professora da Universidade de Brasília Silvana Fahel.

Apesar da reconhecida importância do exame, os registros oficiais do MS mostram que apenas cinco estados chegaram à etapa mais avançada do teste (veja quadro). Oficialmente, o Distrito Federal permanece no mesmo estágio desde 2001. Mas, de acordo com a coordenadora do PNTN no DF, Karine Malheiros, a cidade alcançou a segunda em 2003 e, em março deste ano, passou para a terceira. A posição não é reconhecida pelo MS porque faltam ajustes na estrutura do atendimento. ¿É exigência que nós tenhamos um espaço adequado e estamos com o espaço físico ainda em fase de implementação¿, exemplifica Karine Malheiros. Segundo a coordenadora, desde janeiro, quando a coleta passou a ser feita nas maternidades, cerca de 4 mil análises são realizadas por mês. Antes, os testes só eram feitos nos centros de saúde.

O diagnóstico correto, obtido aos 15 dias de vida, evitou as complicações da anemia falciforme em Ana Beatriz Gomes, hoje com 7 anos. ¿Como ela faz o tratamento de prevenção e toma ácido fólico, nunca teve uma crise forte¿, diz Lenívia Gomes, mãe da menina. ¿Acho que 80% da saúde dela foi a prevenção. Dizem que a anemia atrapalha crescimento do corpo, do cabelo, prejudica ganho de peso, e ela não tem nada disso, é tudo normal.¿