Título: Desemprego menor na AL
Autor: Garcia, Larissa
Fonte: Correio Braziliense, 15/06/2011, Economia, p. 8

Em matéria de emprego, o continente latino-americano vai bem, obrigado. Essa é a conclusão sobre o mercado na região apresentada ontem pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). O estudo aponta que a taxa de desemprego, que foi de 7,3% em 2010, cairá para entre 6,7% e 7,0% em 2011 ¿ o melhor nível da série histórica, iniciada em 2000.

Parcela fundamental do resultado positivo é atribuída ao Brasil, que, já no ano passado, conseguiu aumentar não apenas o número de vagas ocupadas como o de empregos formais. ¿No Brasil, no Chile, na Nicarágua e no Uruguai, o emprego formal subiu ao redor de 6%, enquanto na Costa Rica, no México, no Panamá e no Peru, aumentou entre 3% e 5%¿, compararam a Cepal e a OIT no relatório Conjuntura laboral na América Latina e no Caribe.

¿A nossa projeção é de que o índice de desemprego no Brasil, que foi de 6,7% em 2010, caia para 6,4% este ano¿, estimou Rafael Bacciotti, da consultoria Tendências. ¿No segundo semestre, haverá mais pessoas sendo absorvidas pelo mercado de trabalho. Veremos maior incorporação de mulheres e também de jovens.¿ O analista atribuiu o cenário favorável à maior estabilidade econômica da região e, em especial, do Brasil. ¿Os empresários estão se sentindo seguros para contratar e formalizar o trabalho. Essa tendência deve se manter, com um crescimento no emprego de 2% a cada ano.¿

O documento ressalta a capacidade que a América Latina e o Caribe demonstraram de, rapidamente, recuperar-se da crise internacional iniciada no fim de 2008 e da qual muitos países desenvolvidos não saíram até hoje. ¿Nessa crise, registrou-se uma maior preocupação em sustentar o emprego e a renda das pessoas. Várias medidas adotadas foram o instrumento para que o maior gasto fiscal chegasse às pessoas, refletindo uma preocupação pela igualdade¿, assinalaram a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, e a diretora regional do escritório da OIT, Elizabeth Tinoco, no prólogo do relatório.