Título: Governo é a favor de mudar índice
Autor: Kleber, Leandro
Fonte: Correio Braziliense, 16/06/2011, Economia, p. 24

A dívida bilionária de vários estados brasileiros poderá ser negociada, em breve, com percentuais menores do que os cobrados atualmente. Ontem, em reunião com 17 governadores do Norte e Nordeste do país, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, recebeu dos chefes de Executivo locais um documento que reivindica, entre outros temas, um novo indexador para garantir o pagamento dos montantes. A presidente Dilma Rousseff, anfitriã do encontro no Palácio da Alvorada, disse ser favorável à mudança. Na avaliação do Planalto, os percentuais cobrados atualmente impossibilitam a quitação da dívida e prejudicam a capacidade de investimento das unidades da federação.

Em 1997, ainda no primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, uma consolidação das dívidas foi feita e, nesse acordo, foi estabelecido um indexador, o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI). ¿Naquela ocasião o indicador não era alto. Alguns estados ainda pagavam mais 6%, outros 7,5% e os demais 9%. Naquela época, quando a Selic era mais alta, esse indexador era razoável. Porém, com a mudança de cenário econômico e a redução da taxa de juros, ficou salgada essa forma de correção das dívidas dos estados¿, explicou Mantega.

A equipe econômica do governo ainda não tem o formato ideal para reformular a questão. A única certeza é de que tem de haver um teto para que o montante devido não cresça ainda mais. ¿Nós estamos estudando formas para se limitar a correção da dívida, estabelecendo um teto para não se avolumar. Uma possibilidade é que o teto fosse a taxa básica de juros (Selic)¿, afirmou o ministro da Fazenda.

Para garantir maior capacidade de investimentos, os governadores ainda pediram para Dilma e Mantega que uma nova linha de crédito do BNDES. ¿Esse conjunto de medidas têm como objetivo garantir que os estados, sobretudo os menos desenvolvidos, tenham mais capacidade de investimento", completou Mantega.

BC vê alta de 0,44% no PIB de abril O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,44% em abril frente a março, atingindo 143,60 pontos, de acordo com os dados divulgados ontem pelo BC. Para o economista-chefe da Máxima Asset Management, Élson Teles, o índice veio mais forte do que o esperado pelo mercado, o que coloca em dúvida se a economia está, de fato, desacelerando no ritmo de que o BC gostaria. ¿A economia está se acomodando, mas em um ritmo muito suave. Só ao longo do tempo os dados vão dizer se a velocidade está no patamar de que o BC gostaria, caminhando para um crescimento de 4% no fim do ano¿, observou. Pelas contas do Itaú Unibanco, o PIB registrou queda de 0,4% em abril, o pior desempenho em quase dois anos. O BC não comentou as divergências entre os seus cálculos e os do Itaú.