A Polícia Federal prendeu ontem 14 pessoas sob a acusação de participar de um esquema de corrupção na Prefeitura e na Câmara de Vereadores de Florianópolis (SC). Elas serão indiciadas por participação em organização criminosa, corrupção ativa e passiva.

Entre os presos, está o presidente da Fundação Cultural Franklin Cascaes, João Augusto Valle Pereira, e o ex-diretor do Instituto de Planejamento Urbano, Júlio Pereira Machado. Os dois órgãos são da prefeitura. Além deles, foi preso o vereador Marco Aurélio Espíndola (PSD). Já o presidente da Câmara, o vereador César Faria (PSD), foi detido e conduzido à sede da PF. Depois de prestar depoimento, foi liberado. Até ontem, um empresário continuava foragido e, segundo a PF, o prejuízo para os cofres públicos era de pelo menos R$ 30 milhões.

Durante a Operação Ave de Rapina, foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão, mandados de prisão e de condução coercitiva na capital catarinense, em Joaçaba, na região Oeste do Estado, e nas cidades gaúchas de Porto Alegre, Vera Cruz, Santa Cruz do Sul e Flores da Cunha.

fraudes em licitações

As investigações tiveram início em novembro de 2013 e apuraram o recebimento de dinheiro de empresários por servidores públicos, por meio de fraudes em licitações públicas de eventos e para a manutenção de radares.

- Foi uma operação de combate à corrupção envolvendo agentes públicos e empresários com vendas de projetos de lei, fraudes, contratos superfaturados e licitações fraudulentas - afirmou o delegado Allan Dias.

O prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Júnior, disse que exonerou os funcionários envolvidos e que todos os contratos e seus aditivos sob suspeita serão suspensos.

- A Prefeitura está ao lado do interesse da verdade e à disposição desse esforço de fiscalização - disse ele.

- Dos radares, o que temos é que certamente os contratos foram forjados com base em licitações fraudadas. Isso gera um enriquecimento brutal, contratos milionários, em troca de pagamentos de vantagem indevida, de propina para servidores - disse o delegado da PF.